São Paulo, domingo, 21 de agosto de 1994
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Aprovação ao Plano Real cresce mais e chega a 78%

DA REDAÇÃO

A aprovação ao Plano Real voltou a crescer. Pesquisa Datafolha realizada entre os dias 16 e 18 de agosto contabilizou 78% de aprovação ao plano de estabilização econômica.
O crescimento foi de três pontos percentuais em relação à pesquisa anterior (feita entre 8 e 9 de agosto).
Na primeira avaliação do plano depois da implantação do real, em 5 de julho, a aprovação era de 62%.
Caiu de 9% para 8% a proporção de pessoas que rejeitam o plano. Também recuou –de 13% para 11%– o percentual dos que o consideram indiferente.
A pesquisa ouviu 10.459 eleitores em 256 municípios.
Entre os eleitores do candidato Luís Inácio Lula da Silva (PT), a aprovação ao plano atinge 67%, enquanto 90% dos que pretendem votar em Fernando Henrique Cardoso (PSDB) estão de acordo com a evolução do programa.
Partidos
Considerados somente os partidos –e não os candidatos–, a aprovação é de 92% entre os eleitores do PSDB e de 65% para os que votam no PT.
Segundo o Datafolha, a aprovação ao plano é maior na região Norte/Centro-Oeste do país, com respostas positivas de 83% dos entrevistados.
A proporção de eleitores que se dizem pessoalmente beneficiados pelo Real passou de 53% para 57%, enquanto o percentual dos que se sentem prejudicados recuou de 15% para 13%.
Escolaridade
Na segmentação da pesquisa por atributos pessoais, a escolaridade é o item que mais apresenta variação na média das opiniões.
Entre os 78% do total de eleitores que o consideram bom, o Real tem aprovação de 80% das pessoas com escolaridade média.
A aprovação junto aos que têm até o primeiro grau é de 77%. Para eleitores com curso superior fica em 76%.
A proporção dos que consideram o plano indiferente é praticamente a mesma entre os diferentes níveis de alfabetização (11% na média, 11% entre quem tem primeiro ou segundo grau e 10% dos que fizeram faculdade).
A reprovação (ruim) é maior entre os que têm curso superior (12%). Fica em 7% dos que concluíram o segundo grau e atinge 8% dos que não passaram do primeiro grau. Na média, 3% disseram não saber avaliar o que o plano representa.
Renda
Por renda familiar, a aprovação é de 78% entre os que recebem até cinco salários mínimos e atinge 81% dos que ganham de cinco a dez mínimos, sendo de 80% junto aos que recebem acima disso.
Quando a nova moeda foi implantada, no início de julho, 36% se achavam mais beneficiados que prejudicados pelas medidas. Na pesquisa da semana passada essa proporção aumentou para 57%.
O Real conta com mais simpatizantes entre os moradores dos municípios grandes: 32% acham que o poder de compra dos salários cresceu com o plano. O percentual é de 27% nas cidades médias e de 28% nas pequenas.
O mesmo fenômeno se repete em relação às regiões metropolitanas, com 31% de aprovação, contra 28% das cidades do interior.
No que diz respeito aos partidos, a pesquisa aponta: os que mais enxergam aumento do poder de compra dos salários são eleitores do PSDB e do PFL (partidos da coligação representada por Fernando Henrique Cardoso, ex-ministro da Fazenda e considerado o "pai" do Real).
Enquanto 40% dos eleitores do PSDB e 37% dos do PFL acreditam que os salários aumentaram em termos reais, o percentual é de 26% para os simpatizantes do PPR, 28% dos do PMDB e de 24% entre os que votam no PT ou no PDT.

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