São Paulo, domingo, 21 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ricupero vê perigo em preço de eletrodoméstico e carro 'popular'

FIDEO MIYA

O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, disse ontem de manhã em São Paulo que o governo está acompanhando de perto o comportamento dos preços de alguns setores industriais, como os de eletrodomésticos e "carros populares", acenando com a redução das tarifas de importação e restrições ao crédito.
"Na área dos eletrodomésticos, o ramo da linha branca (fogões e geladeiras) está se aproximando de um ponto perigoso", afirmou Ricupero, referindo-se à utilização da capacidade instalada do setor, logo após uma visita ao Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo), na zona oeste da cidade.
Sem mencionar o nome da empresa, ele citou o exemplo da Brastemp, que nos primeiros dias de julho deu férias coletivas de dez dias aos seus empregados, gerando a impressão de que o Plano Real seria recessivo. "Essa empresa está operando perto de 100% da sua capacidade", destacou.
Sobre os "carros populares", o ministro disse que deu um prazo para que o ágio desapareça, ameaçando expor esse setor à "concorrência internacional".
Ricupero disse que a expansão do consumo de baixa renda e do crediário nas lojas não está preocupando o governo no momento.
"O aumento do crediário está sendo sustentado por recursos próprios das lojas e de algumas financeiras e isso tem um limite. Por enquanto, os grandes bancos não entraram. Se isso ocorrer, vamos tomar medidas", afirmou Ricupero.
Entre as medidas em estudo estão a limitação do número de prestações no crediário e o aumento do compulsório sobre depósitos a prazo (CDB), que hoje é de 20%, além da manutenção do compulsório de 100% sobre depósitos à vista.
Em companhia de sua mulher, dona Marisa, e de José Milton Dallari, assessor especial da Fazenda na área de abastecimento e preços, o ministro visitou o varejão de frutas e verduras do Ceagesp das 8h20 às 9h20, verificando os preços.
Ele recomendou à população evitar a compra de tomates "que estão muito caros ainda por causa das geadas"

Texto Anterior: Orgão deve defender consumidor, diz promotor
Próximo Texto: Aprovação ao Plano Real cresce mais e chega a 78%
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.