São Paulo, domingo, 21 de agosto de 1994
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Folha lança 1º classificado pessoal interativo

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

"Jovem de 57, financeiramente seguro, em busca de aventura e romance, procura mulher para todas as estações: que esquie no inverno e goste de caminhadas na primavera."
Anúncios como esse, publicado no dia 8 de maio passado pelo jornal norte-americano "Los Angeles Times", poderão ser lidos toda quinta-feira na Folha, a partir da edição de 1º de setembro.
A Folha será o primeiro órgão da imprensa brasileira a abrir suas páginas para os chamados classificados pessoais interativos.
O "Classiline", como foi batizada a seção, funciona de forma a garantir total sigilo tanto do anunciante quanto de seus correspondentes.
A mensagem, acompanhada de um código, será veiculada na seção, a ser publicada no caderno São Paulo. Os interessados em contatar o autor do anúncio gravam mensagens telefônicas de resposta.
Graças a uma senha secreta, fornecida pelo jornal, o anunciante terá acesso às gravações armazenadas em sua respectiva caixa postal eletrônica pelo período de uma semana.
"Os classificados sempre serviram para aproximar pessoas e empresas visando fechar negócios", diz Marcos Pachi, diretor-executivo de publicidade (classificados) da Empresa Folha da Manhã S/A. "Agora vamos ampliá-los ao campo dos relacionamentos humanos."
Haverá regras para evitar que a nova seção seja utilizada pela "indústria" do sexo (veja quadro).
Os leitores do jornal não terão dificuldade em consultar o "Classiline". Os anúncios serão diagramados em sete diferentes áreas de interesse. Por exemplo: parceiros para jogos, viagens ou esportes poderão ser encontrados na subseção "interesses mútuos".
Esse é o tipo de serviço com demanda latente nas grandes cidades. Os classificados pessoais interativos do "Los Angeles Times", veiculados às sextas e domingos, chegam a estampar 5.000 anúncios semanais, que geram cerca de 70 mil ligações de retorno.
Para viabilizar a operação eletrônica do "Classiline", a Empresa Folha da Manhã S/A firmou uma parceria com a Telesis, especializada em sistemas de telecomunicações.
"Vamos utilizar a mais moderna plataforma existente para processamento digital de voz", afirma Hiran Marques, diretor de marketing e tecnologia da Telesis.
Trata-se de um computador com capacidade de ditar 2.000 vocábulos e expressões da língua portuguesa e atender, no caso do "'Classiline", até 24 telefonemas simultâneos de usuários.
(NB)

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