São Paulo, domingo, 21 de agosto de 1994
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Consumidor usa crédito a qualquer preço

FIDEO MIYA ; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

As taxas de juros do crédito direto ao consumidor prefixado bateram a casa de 14,5% ao mês na semana passada, o que equivale a estratosféricos 407,8% ao ano.
A escalada dos juros não foi suficiente para espantar o consumidor do crediário. Ao contrário: boa parte das financeiras comemoram a excelente performance da primeira quinzena de agosto.
O crediário com prazos mais longos e prestações fixas está trazendo tanto a população de baixa renda quanto a classe média de volta às compras.
O Banco de Crédito de São Paulo, do grupo Zogbi, registrou na primeira quinzena de agosto crescimento de 147% no faturamento nas vendas de varejo –confecção e calçados– financiadas pelo crédito direto ao consumidor sobre o mesmo período de 1993.
Comparado com as duas primeiras semanas de julho, o crescimento foi de 18%."Graças à nossa estratégia agressiva e à estabilização da economia, o número de clientes aumentou 10% e o valor médio das compras subiu 8% de julho para agosto", acrescenta Wellington de Almeida, diretor do banco.
No mesmo período, a Credial, promotora de vendas do Banco Pecúnia, expandiu em mais de 25% o crédito para artigos de confecção, parcelados em até três vezes, com taxas prefixadas, informa Antonio Celso Agostine, diretor.
As compras de eletrodomésticos, móveis e materiais de construção financiadas pelo Banco Cacique cresceram 10% neste mês até a última sexta-feira, comparadas com agosto do ano passado e 5% sobre julho, segundo Wanderley Vettore, diretor comercial.
No Mappin, as vendas pelo crediário subiram de 20% para 25% do faturamento entre julho e agosto, conta Sérgio Orciuolo, diretor.
Os financiamentos de veículos novos e usados para consumidores com renda média superior a 10 salários mínimos também estão em alta. Os juros altos não estão inibindo nem mesmo a classe média.
"Na primeira quinzena de agosto, faturamos 102% a mais sobre igual período de 1993 financiando veículos novos e usados", diz Almeida, do grupo Zogbi.
No mesmo período, o número de clientes aumentou 62% e o valor médio dos veículos subiu 25%. Em relação a julho, o número de clientes cresceu 80%. O banco Cacique teve crescimento de 30% nestes financiamentos.

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