São Paulo, domingo, 21 de agosto de 1994
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Fim do ganho inflacionário pode levar bancos a prejuízo

DA REPORTAGEM LOCAL

A expressiva redução do ganho inflacionário provocada pelo Plano Real pode levar ao vermelho os balanços de alguns bancos este ano.
Estudo da EFC (Engenheiros Financeiros & Consultores) diz que com "a possível perda de 50% destes ganhos inflacionários, os bancos sairão de um lucro líquido de US$ 2,1 bilhões para entrarem em um prejuízo de US$ 1,7 bilhão."
Quanto menores os ganhos inflacionários, maior o prejuízo projetado. Pelas estimativas da EFC, a perda total da amostra dos bancos estudada "poderá, no limite, chegar a US$ 6 bilhões".
A projeção da EFC foi elaborado da seguinte maneira. Tomando como base a soma de 40 balanços de bancos do ano passado e mantidas todas as demais receitas e despesas praticamente constantes, simulou-se uma perda do ganho inflacionário variando de 50% até 100%.
O ganho inflacionário do ano passado na soma destes balanços foi de US$ 9,2 bilhões, enquanto as receitas com créditos somou US$ 10,4 bilhões.
Os prejuízos projetados pelo estudo podem não se materializar se os bancos tiveram uma atuação "corretiva".
As instituições podem procurar compensar esta perda aumentando as demais receitas. Incrementando, por exemplo, as operações de crédito ou as cobranças de serviços (tarifas). Outra direção para o ajuste é diminuir as despesas.
"Infelizmente, a maior despesa é a de pessoal", diz o texto. "Os sindicalistas deveriam fazer uma reflexão sobre o que é melhor: batalhar por aumentos ou pela manutenção de empregos". O texto lembra ainda que, deste ponto de vista, a situação dos bancos oficiais é "muito mais crítica" do que dos privados.

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