São Paulo, domingo, 21 de agosto de 1994
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Da Redação

DA REDAÇÃO

Como bom mito que é, Narciso viaja com facilidade. Varia um pouco as roupagens, renova a terminologia, e ei-lo de novo entre nós. Na verdade, Narciso é o mais moderno dos mitos. Vive de aparências, ama as aparências e por elas morre e se transfigura.
William Gass satiriza nesta página a indústria das inanidades biográficas, onde o mexerico ganha ares de transcendência.
Mais adiante, Haroldo de Campos traduz os versos das "Metamorfoses" de Ovídio ("A Morte de Narciso") e recompõe o caminho do poema por diversas versões e interpretações.
Gerald Thomas nos apresenta em primeira mão seu projeto de Narciso para este fim-de-século: leia à pág. 6-7 o prólogo de sua ópera, "Tracing Narcissus" (Na Pista de Narciso).
Contardo Calligaris prefere levar às últimas consequências a idéia de uma sociedade absolutamente narcísica, numa verdadeira ficção científica da psique.

Leia também textos de Arthur Nestrovski, Miriam Chnaiderman, Sérgio Augusto e Esther Hamburguer sobre as encarnações do Narciso contemporâneo.

Texto Anterior: Não obstante, muitas dessas memórias pouco diferem da tagarelice excitada do jornalista que tropeçou num acampamento de tugues assassinos ou esteve na praça onde se fizeram os mártires, e cujo relato, consequentemente, não pode ser chamado "auto", pois onde está o "eu", o doce "eu"?
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