São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 1994
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Comissão quer leiloar Escelsa no dia 26

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Comissão Diretora do programa de privatização, André Franco Montoro Filho, disse ontem que ainda tem esperança de fazer o leilão da Escelsa (Espírito Santo Centrais Elétricas S/A) no dia 26 de setembro, como estava marcado.
Anteontem, o presidente Itamar Franco determinou a suspensão do leilão e pediu esclarecimentos a Montoro. O pedido do presidente foi motivado por alegações de inconstitucionalidade no processo.
"Se for possível, faz-se no dia 26, se não for, protela-se", disse Montoro à Folha. Segundo ele, os esclarecimentos pedidos já estavam na mão do presidente.
Até as 18h40 de ontem Montoro e o BNDES ainda estavam decidindo se seria conveniente publicar hoje, como estava programado, o edital de venda da Escelsa. A dúvida era se a publicação do documento seria interpretada como uma desobediência à ordem de Itamar.
Como o leilão só pode acontecer 30 dias após a publicação do edital, se ela não ocorrer até a próxima sexta-feira a manutenção do dia 26 de setembro para a venda da empresa fica comprometida.
O Sindicato dos Eletrecitários do Espírito Santo enviou documento ao governo no dia 18 deste mês afirmando que a concessão à Escelsa para continuar explorando serviços de eletricidade não poderá ser dada sem uma lei complementar que regulamente os artigos 175 e 176 da Constituição de 1988.
Segundo Montoro, como a lei é posterior à Constituição, foi considerado que ela deva o espaço necessário para que se renovasse a concessão da Escelsa sem esperar pela regulamentação da carta.
Ele disse que essa interpretação foi aprovada pela consultoria jurídica do Ministério das Minas e Energia. Montoro passou a tarde de ontem em contato com o ministro Alekis Stepanenko, das Minas e Energia, acompanhando o desdobramento do problema.
Ele disse que espera privatizar neste governo também a Light. Mas em setores ligados à Eletrobrás consultados pela Folha o otimismo não era igual.
A interpretação era que o maior obstáculo à privatização do setor é a falta de vontade de Itamar, que não desejaria passar para a história como o presidente que iniciou a sua desestatização.

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