São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 1994
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Bancada de FHC pode ter maioria absoluta

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As projeções do comando da campanha do candidato do PSDB à Presidência da República, Fernando Henrique Cardoso, indicam que o bloco formado pelos partidos PSDB-PFL-PTB-PP terá maioria absoluta no Congresso.
Os primeiros cálculos projetam bancadas de 280 deputados e 50 senadores, segundo o presidente do PSDB, Pimenta da Veiga. A maioria é atingida com 252 votos na Câmara e 41 no Senado.
O PSDB, partido de FHC, teria entre 70 e 85 deputados e aproximadamente uma dezena de senadores. Com estes números, provavalmente teria uma bancada menor do que a do PFL, que espera ter cem deputados e 18 senadores.
Pelas previsões, FHC teria condições de aprovar emendas constitucionais no Senado sem precisar do apoio de outros partidos. O mínimo de votos exigidos é 49.
Na Câmara, FHC precisaria contar com o apoio de parte do PMDB ou de qualquer outro partido. O mínimo necessário para aprovar emendas constitucionais é 302 votos.
Para Pimenta, não preocupa a possibilidade de o PSDB ser a segunda bancada do bloco governista. "O PSDB vale menos pela questão estatística e mais pelo que representa em conteúdo", disse.
O presidente tucano afirma que pretende evitar o "inchaço" do partido após a eleição. Serão aceitas, diz ele, adesões apenas de políticos que se enquadrem no perfil do partido.
"Queremos que seja mantido o resultado das urnas. Um partido inchado fica inadministrável. Preferimos ter um partido menor, mas coeso, uniforme", argumenta.
Para garantir a uniformidade do bloco governista, FHC quer, diz Pimenta, uma reforma política que introduza a fidelidade partidária.
"As decisões das instâncias partidárias devem ser seguidas pela bancada governista", afirma o presidente do PSDB. Ele diz que a reforma política seria feita no primeiro ano de governo.
Para Pimenta, não haverá dificuldade para aprovar as reformas. "O que estará em discussão não será o interesse do governo, mas o interesse do país", afirma.
A relação de FHC com o Congresso será "institucional", diz o presidente do PSDB. "Não adotaremos nem o estilo Sarney nem o estilo Collor", exemplifica.
Ele diz que Sarney optou pela "negociação individual" com os congressistas, o que pode levar ao debate de "questões pequenas".
Já Collor teria desconsiderado o Congresso, por imaginar que o poder que lhe foi conferido nas urnas seria superior ao poder do Legislativo. Os dois, diz o tucano, tiveram problemas com o Congresso.

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