São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 1994
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Estado admite não despoluir Tietê

LUIZ CARLOS DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo estadual reconheceu publicamente que a meta de reduzir 50% a poluição do rio Tietê até o final deste ano é impraticável.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes ontem de manhã, o secretário José Fernando Boucinhas, de Planejamento e Gestão, disse que o índice será alcançado em agosto ou setembro do próximo ano.
A Folha revelou em 10 de agosto que a qualidade das águas do rio Tietê, coletadas na barragem Edgard de Souza, em Santana do Parnaíba, caiu de 21,1 (ruim), em 1990, para 13,4 (péssimo) no primeiro semestre de 1994.
Boucinhas é o coordenador do Projeto Tietê, que gerencia as atividades sobre o programa de despoluição do rio no âmbito do governo estadual.
A meta de redução dos 50% de despoluição do Tietê foi lançada em campanha publicitária em junho deste ano.
Segundo Boucinhas, que agora também acumula o cargo de secretário da Fazenda, a meta não será alcançada até dezembro porque a Sabesp cancelou em junho licitação para equipamentos que seriam instalados nas novas estações de tratamento de esgoto.
"Nosso erro foi ser ambicioso demais", disse Boucinhas.
O anúncio do cancelamento, segundo ele, aconteceu no primeiro dia de lançamento da campanha. Imediatamente, acrescentou, o governo decidiu suspender a campanha dos 50%.
O comercial de TV produzido logo depois, que exibia a dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó, em um clipe em homenagem ao rio, não faz referência aos 50%.
O cancelamento da licitação mencionado por Boucinhas aconteceu em 17 de junho, segundo a Sabesp. Na edição do dia 21, a Folha trazia anúncio do governo prometendo a redução de 50%.
Licitação
A Sabesp afirma ainda que a licitação cancelada em junho refere-se a equipamentos que seriam instalados na estações Parque Novo Mundo e São Miguel.
Essas estações não constam dos cálculos que o governo realizou para projetar a despoluição de 50%. Esse patamar seria alcançado, segundo informações do Projeto Tietê divulgadas em junho, através do programa de despoluição industrial e pela operação das estações de Barueri e ABC.

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