São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 1994
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Integrantes de gangue vão a julgamento em Brasília

Dois irmãos são acusados de espancar e matar rapaz

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dois irmãos, integrantes da gangue Falange Satânica, acusados da morte de Marco Antônio Velasco, começaram a ser julgados ontem em Brasília.
Depois de 14 horas, a previsão era de que o julgamento de Cláudio, 19, e Alessandro Bandeira, 21, só terminasse durante a madrugada.
O estudante Marco Antônio, 16, foi espancado até a morte em 10 de agosto de 93. Onze garotos, entre 14 e 22 anos, foram acusados pelo espancamento brutal a golpes de artes marciais, socos e pontapés.
Cláudio e Alessandro negaram ter participado do crime. Durante depoimento ao juiz, Cláudio se contradisse.
Há um ano, ele afirmara à polícia que soube do espancamento horas depois. Ontem, Cláudio disse ter sido informado só no dia seguinte.
O advogado de defesa, Geraldo Côrtes, disse que "não se pode fazer o confronto de declarações entre uma pessoa jovem e encarcerada com os argumentos de um promotor que lê o processo todo dia."
A defesa quer provar que Marco Antônio era briguento e que o crime tomou proporções exageradas porque seus pais são bem relacionados, amigos do ministro-chefe da Casa Civil, Henrique Hargreaves.
A estratégia prevê também jogar a culpa nos cinco menores já condenados pela Justiça. Segundo o Estatuto do Menor e do Adolescente, eles devem ficar à disposição da Vara da Infância e da Juventude.
Quatro deles foram julgados e cumprem pena máxima de três anos de internação no Caje (Centro de Apoio ao Jovem). M.O.G., 16, está foragido.
Outro réu, Francisco Rivelino Rodrigues, 22, também seria julgado, mas foi dispensado pela promotoria. Nova audiência foi marcada para o dia 13 de setembro. Ele está preso.
Os principais acusados –Gengis Keine Braga, 19, e Luciano Pinheiro de Souza, 21– serão julgados no dia 29 de setembro.

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