São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 1994 |
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Jogadores do Vélez fazem 'clausura' de 72 horas
MÁRIO MAGALHÃES
O Vélez Sarsfield termina hoje às 22h30, quando entrar em campo contra o São Paulo, uma 'clausura' de 72 horas num hotel no centro da cidade de Buenos Aires, de onde os jogadores só saíram para treinar. A decisão de controlar os passos da equipe foi tomada pela comissão técnica e pelos jogadores mais velhos. Eles temiam que os mais novos estivessem cansados hoje, se tivessem a chance de se dedicar a farras e programas noturnos. "Nosso time é muito jovem", disse o meia José Basualdo, integrante da seleção argentina nas Copas do Mundo de 90, na Itália, e 94, nos Estados Unidos. "Os garotos são inquietos. Não podíamos deixá-los sair de carro com suas namoradas. No hotel, os controlamos." A idade média da equipe é 25 anos. Só Basualdo, 31, chegou à casa dos 30 anos. Normalmente a equipe se concentra (passa a ficar permanentemente junta, dormindo à noite no mesmo prédio) na véspera dos jogos. A rotina foi mudada para a decisão da Libertadores da América. Devido ao frio (a meteorologia prevê céu sem nuvens e com temperatura de 12 graus Celsius no começo da partida), os jogadores consumiram dose maior de vitamina C esta semana, para se prevenir contra possíveis gripes. O técnico Carlos Bianchi promete manter as mesmas características do time na semifinal: foi muito ofensivo nas duas partidas. "Só sabemos jogar pressionando", afirmou Basualdo. "Se entramos pensando só na defesa, perdemos o jogo." O adversário do São Paulo hoje, no primeiro dos dois jogos da final do principal campeonato sul-americano, é um clube pequeno, de bairro (Liniers, oeste de Buenos Aires), com uma torcida minúscula. Seis dos 11 titulares foram revelados pelo clube. O treinador nunca dirigiu uma equipe grande, mas há um ano e sete meses está à frente do Vélez com frases como estas: "No futebol, são 11 contra 11; respeitamos o adversário; o São Paulo disse 'presente' contra o Palmeiras." Tem funcionado. No ano passado, o Vélez conquistou o título argentino. A equipe disputa, atualmente, o torneio nacional, que termina no domingo, com uma equipe reserva. Está em 17º lugar. O Vélez prioriza a Libertadores, competição que tenta conquistar pela primeira vez. Até ontem, foram vendidos pelo menos 21 mil dos 50 mil ingressos colocados à venda. O mais barato, para não-sócios do Vélez, custa o equivalente a US$ 12. O mais caro, US$ 50. Texto Anterior: Geninho mantém os contra-ataques Próximo Texto: Goleiro do Vélez ataca corrupção no futebol Índice |
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