São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 1994
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Projeto homérico é incompleto

DANIELA ROCHA
DA REDAÇÃO

A elaboração de um projeto tão ambicioso de lançar 30 volumes de entrevistas para resgatar fatos importantes da história do teatro brasileiro através do testemunho de artistas é no mínimo louvável.
O jornalista Simon Khoury foi o primeiro a ter essa idéia e a se dispor a colocá-la em prática, independentemente das dificuldades que encontraria.
Esse extraordinário esforço, no entanto, deixou de lado fatores importantes para um resgate completo da memória artística que o projeto se dispunha a cumprir.
Várias falhas na montagem e concepção de "Bastidores" diminuem a importância que seria merecida à coleção. A começar pela falta de contextualização sobre a vida e a importância de cada um dos entrevistados. Não existe sequer um texto que introduza o leitor à entrevista e as informações básicas sobre cada artista se dissolvem em cem páginas de texto.
Não houve um critério para a divisão das entrevistas escolhidas para cada volume. Ney Latorraca, Milton Gonçalves e Eva Wilma são encontrados em um mesmo volume, assim como Ary Toledo e Antonio Fagundes ou Ronald Golias e Beatriz Segall.
O tom informal às vezes peca por deixar de lado a precisão. A cronologia se perde no vai-e-vem de histórias ótimas, que mereciam maior cuidado em sua apuração.

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