São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 1994
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Chiapas terá resistência

ANTONIO CARLOS SEIDL
DO ENVIADO ESPECIAL

Um plano de resistência civil foi anunciado em Chiapas. O Estado no sul do México foi palco, em janeiro passado, de um levante armado do grupo indígena EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional).
O motivo é a vantagem de Eduardo Robledo Rincón, candidato do governista PRI (Partido Revolucionário Institucional) na eleição para governador do Estado de Chiapas, realizada no último domingo, paralelamente às eleições presidenciais, Senado e Câmara dos Deputados.
O anúncio foi feito pela Assembléia Estatal Democrática, na cidade de San Cristóbal da las Casas, que contesta a apuração dos votos.
Robledo está na frente do candidato do PRD (Partido da Revolução Democrática), Amado Avanda¤o Figueroa.
Arturo Luna, porta-voz da Assembléia, disse que a sociedade civil de Chiapas levará a resistência até que obtenha o poder.
A contagem feita pela Assembléia indica que Avanda¤o está na frente com 46,4% contra 45,4% para o candidato do PRI.
Observadores estrangeiros que presenciaram a votação em San Cristóbal de las Casas denunciaram as eleições não apenas como abuso aos direitos dos índios mas também como fraude criminosa.
Em entrevista ao jornal "El Financiero", em San Cristóbal, Edward Broadbent, presidente do Centro Internacional de Direitos Humanos e Desenvolvimento Democrático do Canadá, disse: "Falta muito para o México encontrar a justiça em direção à democracia".
As pobres reformas que foram feitas no processo eleitoral, disse, resultam insuficientes ante à desinformação que prevalece com respeito ao voto nas comunidades indígenas de Chiapas.
No dia 1º de janeiro uma revolta indígena liderada pelo EZLN tomou o controle de diversas cidades de Chiapas. Na repressão que se seguiu, o Exército mexicano foi acusado de violações dos direitos humanos.
(ACS)

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