São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 1994 |
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Para Anistia, país viola direitos humanos
MONICA HUMMEL
Mas em Cuba são frequentes ainda detenções de pessoas acusadas de "propaganda inimiga" (contra a revolução), "desacato" e "associação ilícita". Muitas prisões ocorrem nos chamados "incidentes contra-revolucionários", a partir dos quais as forças de segurança iniciam um processo arbitrário e injusto. As violações vão da intimidação política até maus tratos, tortura e execuções extrajudiciais. As vítimas são membros de grupos políticos, sindicalistas, religiosos, militantes de direitos humanos. A dissidência política é cada vez mais combatida. Em 91, foram criados os Destacamentos Populares de Resposta Rápida para intimidar e perseguir pacifistas. Denúncias apontam para mortes em consequência de maus tratos, negligência médica e fome. A deteriorização cresceu devido à crise econômica. É grande a escassez de alimentos, medicamentos e produtos de primeira necessidade. Centenas de pessoas deixam ilegalmente o país, seguindo a rota dos EUA e de outros países vizinhos, já que não conseguem obter a devida autorização. Impossível afirmar quantos morrem pelos ataques da guarda costeira ou pela fragilidade dos recursos usados. Para completar o exemplar processo arbitrário, Cuba mantém a pena de morte. Dois homens foram executados até o começo do ano e mais seis apelaram contra a sentença dada. MONICA SYDOW HUMMEL, 34, é diretora de Campanhas da Seção Brasileira da Anistia Internacional e foi presidente da entidade. Texto Anterior: No turismo de Cuba a 'ditadura' é do sol Próximo Texto: Não falta imagem para fotógrafo em Cuba Índice |
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