São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 1994
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Crise deteriora a ilha

DEMIAN FIOCCA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ex-vitrine latino-americana do socialismo, Cuba transforma-se rapidamente em mais um país centro-americano em crise. A aparentemente sedutora ilha caribenha viu sua economia deteriorar-se tão rapidamente quanto o desmoronamento do sistema soviético.
Hoje o país procura enfrentar as restrições externas vendendo, além do tradicional açúcar, aquilo de que dispõe. É ilustrativo, neste sentido, o público brasileiro que há algumas semanas lotava o vôo semanal da Cubana de Aviación.
Eram pessoas que tinham ido a Havana fazer operações –de plásticas a correções de miopia–; um grupo de nadadores brasileiros cujo técnico cubano organiza competições amistosas; e turistas.
Se turismo é indústria que rende divisas, serviços de saúde e capital humano, ao contrário, só em condições muito especiais podem ser produtos de exportação. Ficam evidentes, assim, as limitações de tais estratégias para contornar os constrangimentos externos.
Desde 90, a restrição à capacidade de importar, especialmente petróleo, levou a uma contração da economia estimada em até 40% nos quatro últimos anos.
Gozando de um background invejável do ponto de vista social, o país ainda não tem miséria e violência.

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