São Paulo, sexta-feira, 26 de agosto de 1994 |
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Debate não empolga nem os candidatos Programa teve dois pontos de audiência GUSTAVO KRIEGER; EDNA DANTAS; MARCELO MIGLIACCIO
O debate entre os presidenciáveis promovido pela TV Manchete e pela ABI (Associação Brasileira de Imprensa) quarta-feira, no Rio de Janeiro, não foi levado a sério nem pelos próprios candidatos. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Orestes Quércia (PMDB) não compareceram, e os cinco restantes fizeram piada a maior parte do tempo. A maior polêmica do debate foi sobre a bauxita refratária, um mineral raro. O candidato do Prona, Enéas Carneiro, se disse contra sua exportação como minério bruto e pediu a opinião do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Lula deu uma resposta genérica e Enéas o acusou de não saber o que era a bauxita refratária. "Não seria nada demais se o senhor dissesse que não sabe. Eu também não sei", disse Enéas. Brizola e Amin foram aliados no debate. Trocaram elogios e prometeram que, se um deles vencer a eleição, convidará o outro para o ministério. Os dois saíram para conversar em um dos intervalos e, quando voltaram, o programa já estava no ar. Voltaram a seus lugares por trás das câmeras. Enquanto isto, Lula se aliava ao almirante Fortuna. Pediu a ele uma receita para resolver os problemas da Amazônia e disse que, se for eleito, usará a Marinha para desenvolver a região. Enéas ficou irritado quando um dos jornalistas que participava do debate perguntou se ele era fascista e o chamou de "exótico", mas riu quando Brizola perguntou se não era um exagero a previsão do Prona de gastar R$ 170 milhões em sua campanha. "Fizemos o Enéas rir", comemorou Brizola. Audiência Segundo o DataIbope, o debate teve apenas dois pontos de audiência em São Paulo entre 22h30 e 23h45. No mesmo horário, a transmissão do jogo entre São Paulo e Vélez Sarsfield, pela Rede Globo, teve audiência entre 41 e 45 pontos. Lula não disfarçou o tédio com o debate. Pouco antes de começar o último bloco do programa, brincou com o candidato ao governo do Rio, Jorge Bittar: "Acorda, Jorge, está terminando". Colaborou MARCELO MIGLIACCIO, da Sucursal do Rio Texto Anterior: PSDB teme ligação Covas-empresário Próximo Texto: Verbas para educação seriam descentralizadas Índice |
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