São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

US$ 91 mi financiam imóvel 'encalhado'

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) aprovou a destinação de até US$ 91 milhões de recursos do fundo para o financiamento da venda de imóveis "encalhados" em poder das construtoras.
Segundo previsões da Caixa Econômica Federal, seriam 4.934 imóveis de valor médio de 2.211 UPFs (US$ 18,5 mil).
O projeto inicial era de que a renda mínima familiar necessária para adquirir os imóveis fosse de R$ 631 mensais e prazo de pagamento de 20 anos.
Após ter sido aprovado com voto contrário da CUT e CGT, a própria CUT conseguiu reduzir a renda para R$ 513 e ampliar o prazo para 25 anos.
Votaram a favor do projeto inicial a Força Sindical, representantes do governo, inclusive o ministro do Trabalho, Marcelo Pimentel, e empresários.
Para João Vaccari, secretário-geral da CUT, a decisão é "um absurdo".
"Os recursos do FGTS deveriam ser usados para gerar empregos e não para ajudar as empreiteiras a venderem seus imóveis", afirmou o representante suplente da CUT no Conselho Curador, Edsom Ortega Marques.
Esses US$ 91 milhões representam cerca de 10% da disponibilidade líquida de recursos do FGTS.
A CUT calcula que com esse dinheiro seria possível construir 15 mil casas para a população de baixa renda, gerando até 60 mil empregos diretos e indiretos.
Ortega acrescenta que mais uma vez a população com renda de até cinco salários mínimos, que não pode comprar imóveis de valor de 2.211 UPFs, sai prejudicada.
Segundo ele, os recursos do FGTS para financiamento de imóveis de 2.211 UPFs já acabaram há anos.

Texto Anterior: Consumidores devem poupar, diz Ricupero
Próximo Texto: Atlas da Folha é o mais detalhado do país
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.