São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994 |
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Café dobra de preço na rota da fazenda ao supermercado
LUIZ MALAVOLTA
Efeito cascata sobre impostos encarece produto Se os fatores lucro e custos forem adicionados, o preço do café pode até dobrar. O levantamento foi feito por Maurício Lima Verde Guimarães, presidente da Comissão de Cafeicultura da Federação da Agricultura de São Paulo. Ele diz que a carga tributária é "absurda" porque encarece o final do produto. "Trata-se de uma distorção tributária que transformou o governo no sócio da cadeia produtora, sem o ônus do prejuízo", disse. Na sua fazenda em Bauru (345 km a noroeste de SP), toda vez que vende uma saca de café, Guimarães recolhe o primeiro imposto. Esse tributo é de 2,2% sobre o preço do do café. É recolhido pela Previdência Social. A indústria de torrefação recolhe de cada quilo de café vendido 18% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e mais 2,75% para o PIS (Programa de Integração Social) e o Cofins (Contribuição de Fim Social). O ICMS é um imposto estadual, enquanto o PIS/Cofins são federais e destinados a programas sociais. O imposto é embutido pela indústria no preço do produto. Ao chegar ao comércio varejista, o mesmo quilo de café é novamente tributado em ICMS e PIS/Cofins. Guimarães afirmou que na fazenda o quilo de café cru é vendido por R$ 3,83, levando-se em conta o preço da saca a R$ 182,00. Mas na gôndola do supermercado (incluindo outros impostos, custos adicionais e margem de lucro) o preço do mesmo quilo de café pode variar entre 62% e 100% a mais. Texto Anterior: Legislação 'ampara' a evasão fiscal Próximo Texto: Secretaria da Fazenda culpa tributos federais Índice |
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