São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994
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Alíquota de ICMS não deve cair em S.Paulo

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

O assessor de política tributária de São Paulo, Clóvis Panzarini, 49, disse que o café está entre os produtos com maior tributação de ICMS.
"A alíquota é alta, mas não existe possibilidade de reduzi-la", afirmou Panzarini, que trabalha na Secretaria Estadual da Fazenda.
Mas ele disse que outros produtos alimentícios, ao contrário, são isentos do imposto ou pagam tributação de 7% a 12%.
"O cidadão paga no café 18% de ICMS, mas não paga esse imposto no leite, nos hortifrutigranjeiros, pescado fresco, batata e cebola", declarou.
Panzarini disse que arroz, feijão, carnes, pão, farinhas de trigo e mandioca, por exemplo, têm incidência de 7% de ICMS.
Para ele, "há uma compensação" na cobrança desse imposto, que é estadual e destinado ao custeio do Estado.
"O ICMS é usado pelo governo para custear obras e serviços. O imposto é pago pelo consumidor na hora da compra", afirmou.
Panzarini considera o ICMS um imposto "moderno". Segundo ele, nos EUA e Europa existem impostos semelhantes ao ICMS.
"Ao contrário, tributos federais como a Cofins são coisas de Quarto Mundo, pois são cumulativos e encarecem o preço final das mercadorias", disse.
Panzarini declarou que no momento o Estado de São Paulo não tem intenção de mexer no sistema de alíquotas do ICMS.
Ele reconhece que o peso desse imposto é maior para famílias de menor renda do que para faixas de renda alta.
Segundo Panzarini, o principal problema está na renda da população, que é baixa.
"A baixa renda do brasileiro levou à criação de um sistema tributário que arrecada no consumo e não na renda".

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