São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994 |
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Docentes alertam para 'câncer do 3º grau'
LÚCIA MARTINS
A série –que debateu as prioridades do sistema universitário, as propostas de financiamento e a avaliação da universidade– foi mediada por Rogério Cezar de Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O desperdício, ou mau uso, do dinheiro do Estado pela universidade, o baixo nível do ensino e a escassa produção de pesquisa foram os principais problemas levantados nos debatedores. Todos concordam que o sistema tem que ser reformulado. A maioria apontou a necessidade de destruir o modelo único de universidade, que busca excelência no ensino, pesquisa e extensão. A solução seria então diferenciar as expectativas em relação às instituições de ensino superior brasileiras. "Temos que imaginar que do Oiapoque ao Chuí teremos universidades diferentes. Portanto, é preciso pensar na recuperação das múltiplas identidades", disse Giannotti, professor aposentado do Departamento de Filosofia da USP (Universidade de São Paulo). A segunda questão debatida foi o gerenciamento de recursos. O sistema é deficiente e as verbas acabam sendo mal utilizadas, concordam os debatedores. "Se duplicarmos os recursos certamente não vamos dobrar os efeitos na qualidade e na quantidade da produção", disse José Fernando Perez, diretor-científico na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Para que a universidade use bem os recursos e alavanque a qualidade do ensino e da pesquisa, disseram os debatedores, é preciso que ela avalie a sua própria produção. O desafio de uma boa avaliação, segundo eles, será evitar a interferência externa sem cair na autocomplacência e no corporativismo. Texto Anterior: Tietê abre 'guerra' entre secretário e Sabesp Próximo Texto: Modelo único é questionado Índice |
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