São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994 |
Próximo Texto |
Índice
Interromper carreira é um sonho possível
CLÁUDIA RIBEIRO MESQUITA
A prática ainda é incomum nas empresas brasileiras. Mas algumas organizações já aceitam que seus profissionais se afastem para concretizar projetos engavetados. O Citibank, por exemplo, tem atualmente quatro funcionários nessa situação. Na IBM do Brasil, há cinco licenciados. "Não incentivamos, mas acolhemos a idéia", diz Carmen Peres, 43, gerente de relações de pessoal da IBM. O pedido é visto com simpatia na Refinações de Milho Brasil e na Price Waterhouse –lá, diz Rogério Calderon, 32, sócio da consultoria, aprovaram o afastamento de 20 profissionais desde 91. Pois tal licença atende pelo nome de "sabbatical leave" –ou "ano sabático". A expressão, afirma o linguista Izidoro Blikstein, da USP, faz uma referência ao sábado, o dia de descanso. A prática, usual em universidades dos EUA, estendeu-se a outras áreas. O objetivo é a reciclagem cultural, pessoal e profissional. Quanto às escolas norte-americanas, a licença ocorre por um ano, após sete, sem perda dos direitos contratuais, como o salário. Nas empresas brasileiras, a versão do "sabbatical leave" não é tão generosa nem formalizada como política de RH. E ocorre mais como exceção do que como regra. Em geral, a iniciativa parte do funcionário e a empresa avalia caso a caso as solicitações. A negociação costuma prever a interrupção ou suspensão do contrato de trabalho com perda do salário. A vantagem é que o acordo mantém o vínculo empregatício e pressupõe o empenho da organização na recontratação. Se há algum tipo de ajuda de custo da empresa, a vaga fica preservada e o profissional se compromete a retomar sua função. "A organização tem interesse em reter os seus talentos", afirma Vera Somma, 47, gerente de planejamento de pessoal do Citibank. Próximo Texto: Gerente se afasta por três meses Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |