São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994
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Nova moeda revela 'erros' nos condomínios

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

A moeda estável tornou mais fácil a tarefa de fiscalizar os custos na administração predial. Ao conferir as contas do balancete, o condômino pode analisar a evolução e a distribuição dos gastos –a inflação alta dificultava essa análise.
Além disso, a moeda estável possibilita ao síndico e às administradoras elaborarem previsões orçamentárias mais duradouras para o edifício.
Mas para Gabriel Karpat, 43, economista especializado em condomínios, se por um lado a ausência de inflação alta permite previsão de orçamento a médio prazo, por outro "cria armadilhas" para os síndicos.
Karpat, que dirige uma empresa de administração de condomínios, afirma ainda que "soluções caseiras" para problemas trabalhistas, por exemplo, adotadas por condôminos em sistemas de autogestão, podem gerar custos maiores no futuro (leia artigo na pág. 10-2).
Para tentar fugir dessas "armadilhas" e decifrar o funcionamento do esquema de custos do prédio onde mora no Mandaqui (zona norte), a administradora de empresas Rosely Schwartz, 36, partiu para uma "pesquisa".
Cansada de pagar contas de condomínio sem entender se o valor era razoável, ela percorreu 74 edifícios de São Paulo.
O resultado do trabalho dela se reflete hoje no sistema de administração do prédio –autogestão–, que está com as contas relativamente equilibradas.
Segundo Rosely, a experiência deu certo e hoje ela presta serviços a outros prédios.
Em junho, o condomínio (de um apartamento de dois quartos) do edifício da administradora de empresas foi de R$ 79,91.
Na previsão orçamentária de julho, a cota ficou em R$ 81,84. E no começo de agosto Rosely pagou R$ 83,94. O que significa alta de 5,05% entre junho e agosto.
Já os moradores do Paço das Universidades, no Butantã (zona oeste), praticamente não tiveram alterações nas despesas condominiais com a troca da moeda.
O condomínio é formado por 228 apartamentos de dois quartos. "O valor pago no começo de agosto foi de R$ 75 por unidade, equivalente ao preço pago nos meses anteriores", diz Edilson Galvani, 35, síndico do condomínio.
Segundo ele, a explicação está na previsão orçamentária do prédio, que no último ano estabilizou-se em torno de US$ 22 mil.

LEIA MAIS
sobre condomínio nas págs. 10-2, 10-3 e 10-13

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