São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994
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Co-gestão é aprovada em prédio da zona sul

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

No edifício Jardins do Icaraí, no Campo Belo (zona sul), as taxas de condomínio tem se mantido mais baixas que a de outros prédios com padrão semelhante.
Os moradores do edifício também estão constantemente atualizados sobre questões que envolvem a administração e tudo mais que se refere ao condomínio.
Os condôminios tem acesso a essas informações por um jornalzinho mensal, feito pelo empresário Percival Amaral, 42, síndico do prédio há dois anos e meio.
Amaral e os moradores creditam os resultados positivos à co-gestão –forma de administração realizada pelos próprios moradores, com auxílio de profissionais externos.
No caso do edifício Jardins do Acaraí, o síndico, assessorado pelo conselho, administra o condomínio. Mas há uma empresa contratada para realizar a parte burocrática, como a contabilidade.
O prédio tem um bom padrão. É formado por 60 unidades de três quartos (115 m2 de área útil cada). O condomínio é servido por quatro elevadores, tem piscina e sauna.
Em agosto, a cota condominial para cada apartamento foi de R$ 134,27 –com exceção das unidades de cobertura, que são maiores.
Ao contrário do que acontece na maioria dos prédios, onde o condomínio aumenta constantemente, no edifício Jardins de Icaraí o valor caiu em agosto.
A taxa de condomínio foi 9% inferior ao do mês de julho –equivalente a R$ 146,40 por unidade.
"Pelo que me lembro, sempre paguei um condomínio menor do que amigos que moram em prédios de mesmo padrão", diz a dentista Maria Lúcia Adelizzi, 31, moradora do edifício Jardins de Icaraí.
Maria Lúcia diz estar satisfeitacom a administração do edifício. "Tudo é muito bem organizado. E através do jornalzinho ficamos sabendo detalhes do que acontece no dia-a-dia do prédio", diz.
A única ressalva que ela faz é com relação ao número de funcionários contratados no edifício.
"Gostaria que houvesse mais empregados, considerando o número de apartamentos que há no prédio. Embora isso fosse aumentar um pouco o valor do condomínio, não me importaria"
O edifício Jardins do Icaraí tem sete funcionários. Já o Residencial Tucuna, um prédio de padrão semelhante em Perdizes (zona oeste), conta com 11 empregados.
Mas a taxa de condomínio no Residencial Tucuna é mais alta. Em agosto, essa despesa foi de cerca de R$ 220 por apartamento, segundo Elisabete Teixeira Marin Pinto, síndica do prédio.
A forma de gestão adotada no edifício é outra diferença em relação ao edifício do Campo Belo.
O Residencial Tucuna, formado por 52 apartamentos de três quartos, é administrado pela empresa Aquiles da Cruz.
Por esse trabalho, a administradora recebe o equivalente a quatro salários mínimos por mês, segundo Elisabete.
Ela diz que a empresa desenvolve um ótimo trabalho, embora também afirme que sempre há condôminos reclamando do custo elevado do condomínio.
"Algumas pessoas colocam-se contra tudo e todos. Quando o síndico é organizado e cuida bem das contas, não há como a administradora usar de má-fé", afirma.
Tanto Elisabete como Percival Amaral, síndico do prédio Jardins do Icaraí, fazem questão de participarem do rateio do condomínio.
A situação não é comum, já que muitos síndicos ficam isentos do pagamento .

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