São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994
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Funcionários representam maior despesa

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Despesas com funcionários, água, energia elétrica e elevadores são os que mais pesam na conta do condomínio. Esses quatro itens juntos têm participação média de 88,5% nos custos condominiais.
O quadro de pessoal aparece como a maior despesa, com participação de 49,4%. Em seguida vêm os gastos com tarifas públicas: contas de água (18,9%) e energia elétrica (11,4%).
A manutenção dos elevadores é o quarto item que mais pesa no condomínio, participando em média com 8,8% da despesa total.
Esses percentuais de participação média para cada tipo de despesa são resultado de uma pesquisa desenvolvida pela administradora de empresas Rosely Schwartz.
Ela visitou 74 prédios em São Paulo para elaborar o estudo. A partir do parâmetro dessas médias, Rosely hoje faz relatórios de avaliação para condomínios.
O trabalho pode ser contratado por moradores ou síndicos de prédios, para checar como anda a administração do condomínio.
O material necessário para a análise das contas de determinado edifício são recibos e balancetes dos últimos seis meses.
Con isso em mãos, Rosely avalia os itens que no decorrer desse período fugiram muito do percentual médio –indicativos do que provavelmente está desestabilizando as contas do condomínio.
O relatório pode funcionar como uma espécie de ferramenta para que o condômino argumente com o responsável pela administração.
"As pessoas geralmente sabem que o condomínio está alto, mas não têm como apontar os problemas", diz Rosely.
Treinamento
Consciente do fato que as despesas com empregados são as que mais oneram a conta de condomínio, o síndico Edilson Galvani decidiu investir no treinamento dos funcionários do prédio onde mora.
Essa foi uma alternativa que ele encontrou para incentivar os funcionários –normalmente sem especialização– a continuar no emprego e melhorar a qualidade dos serviços prestados aos moradores.
"A rotatividade de pessoal é uma das coisas que mais encarecem a conta de condomínio. Evitar a troca constante de funcionários também é uma forma de economizar", afirma Galvani.
Ele é síndico de 288 apartamentos. Para atender o condomínio Paço das Universidades, no Butantã (zona oeste), há 19 funcionários contratados. No local, há duas portarias e ampla área de lazer.
"A estrutura do condomínio, é muito grande. Se algum empregado falta, o esquema fica todo prejudicado", afirma.
Para tentar atenuar esse problema, Galvani instituiu a "cesta básica prêmio". Só a recebe aqueles que não faltaram durante o mês.
Apesar de gastar pelos menos três horas todas as noites para resolver os "pepinos" do prédio, Galvani –que trabalha como economista da Telesp– não reclama da responsabilidade.
O que mais o aborrece é a pequena participação nas assembléias. "Geralmente vão às reuniões apenas 10% dos condôminos. E a maioria das pessoas que depois reclamam das decisões tomadas, não estiverem presentes nas discussões", diz.
Pelas atribuições como síndico, Galvani está isento do pagamento da cota condominial. O condomínio é gerido por uma administradora, que cobra taxa mensal de 4% sobre a previsão orçamentária.
"É uma taxa considerada muito boa no mercado. Conseguimos isso em função do tamanho do condomínio, que gera uma alta receita mensal", afirma Galvani.

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