São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994 |
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Editores debatem futuro do livro
EDITORES DEBATEM FUTURO DO LIVRO Encontro na Folha realizou diagnóstico do mercado editorial brasileiro e indicou tendênciasRepresentantes de seis das mais importantes editoras do Brasil se reuniram no auditório da Folha, no último dia 16, para o debate "Novas Estratégias para Conquistar o Leitor", cujos principais trechos publicamos nesta página. A primeira intervenção foi de Sérgio Miceli, presidente da Editora da USP. Ele destacou a necessidade das editora assumirem seu papel no âmbito mais amplo da indústria cultural, preparando o mercado para o lançamento dos títulos. Em seguida, o editor Sérgio Machado, da Record, falou da existência de uma "demanda reprimida" por livros, que estaria sendo inibida pela crise econômica que o país atravessa. José Bantin Duarte, um dos diretores da Ática, comentou a dificuldade em se traçar um perfil do leitor brasileiro. Ele considerou o livro um produto caro e propôs um esforço conjunto das editoras para incentivar a leitura. Na sequência, o editor Paulo Rocco, da Rocco fez críticas à ausência de uma política fiscal do governo para estimular o crescimento do mercado editorial. Luiz Schwarcz, da Companhia das Letras, contrariou o tom geral, apresentando um panorama otimista do mercado. Segundo ele, existe hoje nas editoras um alto grau de profissionalismo. Schwarcz salientou ainda o grande espaço que a imprensa brasileira reserva para a divulgação dos livros, em comparação, por exemplo, com a mídia alemã. O último editor a falar foi Pedro Paulo Sena Madureira, da Siciliano. Citando o padre Anchieta, que escrevia poemas na areia da praia, ele comentou a impossibilidade de se conhecer o leitor no país: "No Brasil, o gesto de escrever é vulnerável. Qualquer onda apaga esse gesto", disse. Texto Anterior: REVISTAS Próximo Texto: Presidente da Edusp propõe estratégias Índice |
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