São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994
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Whitewater faz Hillary "baixar a bola"

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Hillary Rodham Clinton, 46, está em baixa temporada. Nas últimas semanas, ela tem aparecido pouco. A Casa Branca informa que ela está ficando mais tempo com a filha, Chelsea, 14.
Mas Washington sabe que há muita verdade na piada segundo a qual Chelsea se machucou na escola, a diretora disse que iria chamar a mãe para buscá-la e a garota respondeu: "Melhor chamar papai, mamãe é ocupada demais".
Hillary Clinton está em atividade permanente. Às vezes ela é obrigada a "baixar a bola". Por exemplo, sempre que o caso Whitewater volta a ganhar notoriedade, como ocorreu no início de agosto, com a CPI na Câmara.
O papel da primeira-dama em todos os episódios suspeitos de Whitewater foi muito mais relevante do que o do marido.
Não é à toa que James McDougal, o ex-sócio dos Clintons na construtora Whitewater, sempre repete que sua diferença é com ela.
Como primeira-dama de Arkansas, Estado que ela desprezava e aonde foi morar muito a contragosto depois do casamento com Bill, Hillary se movimentou com desenvoltura em todas as esferas.
Num Estado de 2,3 milhões de habitantes e elite diminuta, eram inevitáveis conflitos de interesses entre atividades de Hillary como primeira-dama, sócia do maior escritório de advocacia, procuradora de empresários, investidora e proprietária de uma companhia de telefonia e uma empreiteira.
Hillary ganhou muito dinheiro nos anos 80, embora tenha sempre atacado com vigor os que enriqueceram na mesma época.
Se alguma parte do dinheiro foi obtido de maneira ilegal, a Justiça tentará determinar. Mas não há dúvida de que a condição de primeira-dama de Arkansas contribuiu muito para o sucesso de Hillary Clinton.

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