São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994
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Os últimos anos de Carlos Lamarca

ANSELMO CHERÉ

O dia 30 de outubro de 1969 marcou o início de um dos momentos mais conturbados da história política do Brasil. Nesse instante assumia a Presidência da República o general Emílio Garrastazu Médici. Subia a bandeira do "Brasil: ame-o ou deixe-o"; começava a construção da Transamazônica; a equipe canarinho conquistava o tricampeonato na Copa do Mundo; e começava a era do chamado "milagre econômico".
Mas nem tudo eram flores –para não dizer que não falei delas. Nos porões de órgãos variados das Forças Armadas, a verdadeira máquina repressiva estabelecida pelo governo para coibir os movimentos de esquerda entrava na etapa do extermínio indiscriminado.
Uma das principais "baixas" do período foi o ex-capitão Carlos Lamarca, que liderava o grupo conhecido como VPR –Vanguarda Popular Revolucionária. Lamarca foi assassinado por uma patrulha do Exército em Pintada, interior da Bahia, no dia 17 de setembro de 1971.
Os dois últimos anos de vida do ex-capitão são o tema do filme de Sergio Rezende, que acaba de sair de cartaz na cidade e chega agora às locadoras. Rezende traça um relato honesto do fim de um homem que lutou até a morte: implacavelmente perseguido, Lamarca viveu na clandestinidade e liderou ações armadas em nome de um ideal.
Lamarca. Brasil, 1994. Direção: Sergio Rezende. Com Paulo Betti, Carla Camurati, José de Abreu, Deborah Evelyn. Duração: 130 minutos. Sagres. Tel. (021) 253-4782. Preço: R$ 47,39.

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