São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994
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Acabou o aperto para os artistas

FERNANDA CIRENZA

ANDRÉ MILLAN
O marchand André Millan saiu do sufoco. Há 20 dias, abriu as portas de um galpão de 500 metros quadrados, em Pinheiros, que funciona como galeria de arte. "Aqui ninguém se aperta", brinca, ao lembrar de seu antigo endereço, uma salinha de 45 metros quadrados, também em Pinheiros. O novo espaço, que leva o sobrenome do marchand, foi dividido em três salas. Uma delas abriga desde a última quinta-feira dez telas a óleo do pintor Fábio Cardoso. "Quero continuar trabalhando com artistas contemporâneos, mas pretendo fazer outros eventos, como lançamento de livros e performances."
André aprendeu cedo a viver só de arte. As conversas de seu pai (o marchand Fernando Millan) com Milton Dacosta e Di Cavalcanti, confessa, foram suas primeiras aulas. Depois, trabalhou com o "velho" Millan na galeria homônima que alavancou, na metade da década de 80, nomes como Jac Lerner e Flávia Ribeiro. Mas, como nem tudo são flores (até mesmo para quem vive de arte), André, 34, e seu pai tiveram que fechar a galeria no auge da crise do governo Collor, em 1991. Sem muito dinheiro no bolso, mas com um acervo como cacife (obras de Antonio Dias, Iberê Camargo, Mira Schendel), André resolveu seguir seu caminho sem interferência familiar.

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