São Paulo, domingo, 28 de agosto de 1994
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Entrega a domicílio chega a novos negócios

ROBERTA JOVCHELEVICH
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Entregar produtos a domicílio pode ser uma boa opção de negócio para quem pretende montar empresa em uma cidade como São Paulo.
Cada dia mais procurados, os chamados "disques" ainda são pouco explorados e praticamente se limitam a produtos tradicionais, como pizza ou comida congelada.
Francisco Guglielme Jr., 38, consultor e professor da Fundação Getúlio Vargas, aponta a entrega de material de escritório (fora do horário comercial) como uma atividade de grande potencial.
Orivaldo Francisco Deitos, 36, dono de uma papelaria na rua São Bento, no Centro, é dos poucos que já exploram, com sucesso, o negócio. Há seis meses entrega produtos em escritórios da região.
Um disque meias, destinado a socorrer mulheres em apuros com meias desfiadas, é outra alternativa recomendada por consultores.
"Um serviço de entrega de meias em locais com grande circulação de secretárias e executivas pode ser um excelente negócio", diz Ana Maria Ramos Buairide, 43, consultora do Sebrae SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo).
Um serviço diferenciado que obteve bastante sucesso é o Disque Paella, montado há dois anos no Campo Belo. "Começou como teste. Investimos o mínimo possível e acabou dando certo", diz Andrea Rodrigues, 28, dona.
Dois anos depois, o faturamento da casa que funciona só para entregas é de R$ 15 mil por mês.
Comida chinesa a domicílio é uma atividade que começa a crescer. A China in Box e o Lig-Lig já têm bons resultados nessa área.
Compras de supermercado, feira e fraldas também começaram a funcionar no sistema de "disque" há pouco tempo e já fazem parte da rotina do paulistano.
A In Haus, por exemplo, que iniciou suas atividades em 93, entregando compras de supermercado, pensa em se expandir através de franquia.
O investimento para abrir um "disque" varia de acordo com o tipo de produto, mas geralmente é possível começar pequeno.
Basta ter um ponto bem localizado (próximo aos consumidores em potencial), uma linha telefônica (de preferência com central de PABX) e um carro, moto ou bicicleta (dependendo do produto).
O estoque pode ser montado de acordo com os pedidos. É necessário, no entanto, investir pesado na divulgação do serviço, com anúncios em jornais de bairro, faixas e panfletos.
O raio de ação da empresa deve ser limitado. Não existe regra fixa, mas o ideal é atender os consumidores do bairro e evitar longas distâncias. A Lazanharia & Cia, por exemplo, só faz entregas até 1 km.
"Quanto maior a distância percorrida, maior o gasto com combustível, o que acaba encarecendo o produto", diz Ana Maria, do Sebrae.
O campo de ação deve ficar claro nos panfletos, para evitar problemas com clientes.
Em caso de entrega de comida, é importante usar embalagens térmicas e reforçadas para garantir a qualidade do produto.

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