São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 1994
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Taxa cai em setembro, afirma Ricupero

CRIS GUTKOSKI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO DE GALINHAS E OLINDA

O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, disse ontem que a inflação de 5% esperada para o IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor do Real) de agosto, será "a última má notícia" do Plano Real.
Ele prometeu fazer uma "grande fogueira" para eliminar definitivamente cruzeiros real quando for anunciada a inflação de setembro, que ele previu entre 1% e 2%.
Segundo o ministro, as últimas remarcações em cruzeiros reais, em junho, fizeram com que a taxa de agosto se aproximasse dos 5%.
O ministro passou o domingo na praia de Porto de Galinhas, a 58 quilômetros de Recife (PE).
Ricupero disse não temer que o reajuste dos salários pelo IPC-r resulte em aumento de preços porque "o impacto do salário no preço final não é igual ao aumento do salário, é menor", afirmou.
O ministro da Fazenda afirmou que o preço da cesta básica ainda está alto e que o governo vai tentar reduzi-lo com a ajuda dos governadores.
Uma reunião com os governadores para tratar da redução do ICM-S sobre os produtos da cesta básica, de 17% para 7%, será convocada pelo presidente Itamar Franco nas próximas duas semanas, anunciou o ministro.
"O problema maior são os Estados produtores de cereal", disse Ricupero. "Alguns têm essa hesitação, porque são eles que cobram o imposto interestadual", afirmou.
Carros
Ele voltou a dizer que o governo federal poderá facilitar a importação de carros populares a fim de conter o ágio embutido nos modelos nacionais mais acessíveis. O ministro já havia mencionado essa possibilidade no dia 20 passado.
"O automóvel é muito vulnerável à importação. Se a gente abrir, em pouco tempo tem carro popular à beça", disse.
Segundo o ministro, a importação de modelos populares seria facilitada por alíquota zero ou de no máximo 2%.
Como exemplo de automóvel mais barato, Ricupero citou os modelos coreanos. "Você faz entrar aí alguns milhares de veículos e atende o pessoal que está procurando carros", afirmou.
Ricupero definiu esta alternativa para baixar o ágio como "uma boa advertência" aos empresários.

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