São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 1994 |
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Crediário é alvo do pronunciamento de terça
MÔNICA IZAGUIRRE
Desta vez, o ministro vai atacar as compras a prazo, mostrando que os juros embutidos nas prestações estão excessivamente altos. Ricupero tentará convencer as pessoas de que é melhor depositar o valor das prestações na poupança e esperar para comprar depois –à vista– do que pagar –a prazo. O ministro poderá demonstrar, por exemplo, que depois de serem remuneradas pela poupança, as prestações poderão comprar à vista outra mercadoria além da pretendida inicialmente. Para isto, a sua equipe econômica prepara alguns exemplos que serão mostrados de forma didática. A constatação da equipe econômica é a de que os juros embutidos pelas lojas nos crediários estão muito acima daqueles cobrados pelo mercado financeiro. Embora os estudos estejam sendo desenvolvidos pelo Banco Central, o governo ainda não decidiu se vai adotar medidas normativas para conter consumo de bens duráveis, que tem aumentado justamente nas compras a prazo. Conforme a Folha publicou ontem, a maior parte dos R$ 360,5 milhões retirados da poupança nas três primeiras semanas de agosto não foi para o consumo. Aplicações mais rentáveis, como fundos e CDBs, absorveram a grande maioria destes recursos. O consumo ficou com uma parcela marginal dos saques. Entre as alternativas estudadas pela equipe econômica na batalha contra o aumento do consumo está o limite do número de prestações e o aumento do valor da entrada. Há dúvidas, porém, se estas medidas surtiriam o efeito desejado. Segundo constatação do governo, as lojas estão financiando o consumidor com recursos próprios e não com dinheiro tomado no mercado financeiro. Texto Anterior: Ministro nada por dez minutos Próximo Texto: Proprietários se aposentam como trabalhadores rurais em Tocantins Índice |
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