São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 1994
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Termômetro do Mundial

CIDA SANTOS

A seleção brasileira mostra a sua força no Grand Prix, a versão feminina da Liga Mundial. No primeiro quadrangular na Indonésia, foram três vitórias e apenas um set perdido. Neste final de semana na China, a mesma campanha: três vitórias e um set perdido. O time está invicto e foi campeão dos dois quadrangulares. Com o técnico Bernardinho, a seleção tem aprendido a vencer. Com ele no comando, o time já conquistou nesta temporada quatro títulos.
O Grand Prix é o último grande torneio antes do Mundial, que será em outubro no Brasil. É um belo termômetro para se medir forças, apesar de nem todas as seleções estarem com o time completo. É o próprio caso do Brasil, que tem jogado desfalcado de Ana Flávia e Hilma. A Rússia também tem atuado sem duas titulares que estão machucadas: Valentina Ogienko e Eugenia Artamanova.
Nos dois primeiros quadrangulares, a maior façanha do Brasil foi ter conseguido vencer a China duas vezes. As chinesas, cubanas e russas têm disputado nos últimos anos a hegemonia do vôlei mundial. Mas desde a Olimpíada de 92, Cuba tem levado vantagem e sido praticamente imbatível.
A seleção cubana é muito forte fisicamente e conta sempre com três atacantes de rede. Ou seja, coloca em quadra duas levantadoras altas e também eficientes no ataque. Quando uma delas chega na rede, deixa de lado a função de distribuir bolas e passa a ser atacante. Esse sistema de jogo tem proporcionado uma vantagem enorme sobre as outras seleções. Além disso, Cuba tem jogadoras excepcionais: Mireya e Magaly Carvajal.
Neste ano, o Brasil tem derrubado fantasmas: já venceu China e Rússia. No Grand Prix, o time só terá chances de jogar contra Cuba no quadrangular final, que será de 9 a 11 de setembro, em Xangai.
Fora das quadras, o Grand Prix também é um torneio emocionante. Em Macau, a seleção brasileira ficou hospedada na ilha de Taipa, que só pode ser alcançada por uma ponte. Não à toa, em alguns treinos, a equipe teve até que levar bagagem extra para o ginásio. O motivo? Havia um tufão, devidamente batizado por "Harry", se aproximando da região. E quando os ventos ficam fortes, a primeira providência é fechar a passagem para Taipa.
Hoje, as meninas voltam a arrumar as bagagens. A próxima parada é em Fukuoka, no Japão. Nesse quadrangular, terão pela frente Japão, Rússia e Itália.

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