São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 1994
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Instabilidade é maior problema

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Subordinada à Secretaria da Cultura do Estado, a Cia. de Dança de Minas Gerais tem como diretor artístico o bailarino Tíndaro Silvano, há seis anos no cargo.
Com 20 bailarinos, cujo salário médio é de R$ 400, o elenco mineiro acaba de estrear um novo programa em sua sede, o Palácio das Artes de Belo Horizonte.
"Podemos considerar bom o momento em que estamos dançando. Mas quando a parte política não dá atenção, vira um calvário, os salários vão por água abaixo, e torna-se impossível viajar, que é importante para a dinâmica da companhia", diz Silvano.
"Infelizmente, nesta condição terceiro-mundista, as companhias estatais, mesmo que estejam dando certo, mudam de perfil de acordo com o governante."
Silvano já enfrentou várias paralisações dos bailarinos por problemas salariais. "Vivemos o dilema artista versus funcionário público. Quanto às verbas, a coisa funciona na base do soluço. Se a Secretaria tem interesse, os projetos se realizam."
Em Curitiba, o balé do Teatro Guaíra enfrenta os mesmos problemas das demais companhias brasileiras. Seu atual diretor artístico, Jair Moraes, não conta com verbas fixas, mas considera uma conquista ter realizado quatro temporadas desde fevereiro.
No Guaíra, os salários oscilam entre R$ 300 e R$ 480. "O bailarino gasta muita energia para ser mal pago. Para piorar, ainda enfrenta atrasos de pagamento, que são verdadeiros descasos com quem está dando tanto de si."
(AFP)

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