São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 1994
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Baianos temem retrocesso

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Na Bahia, o Balé do Teatro Castro Alves (BTCA), de Salvador, vive situação paradoxal. Raramente se apresenta em outras cidades do Brasil. No entanto, vem realizando turnês periódicas no exterior.
O atual diretor artístico do grupo é Antonio Carlos Cardoso, que já dirigiu o BCSP de 1974 a 1980. Responsável pela renovação do grupo paulista que, durante sua gestão, avançou do estilo acadêmico para o contemporâneo, Cardoso foi o fundador do BTCA em 1981.
Com várias experiências fora do Brasil, ele reassumiu a direção do BTCA em 1991, empenhando-se nas temporadas internacionais. "Começamos em 1992, com apresentações nos EUA e Argentina."
Neste ano, o grupo estará em Israel e na Alemanha. "Nosso empresário europeu quer negociar um contrato de dois anos com o BTCA. Mas estamos inseguros para confirmar. Com a mudança de governo estadual não sabemos se esta fase vai continuar."
Apesar do sucesso fora do Brasil, os bailarinos recebem um salário médio mensal de R$ 400. "O apoio do governo estadual permitiu que a companhia resgatasse seu padrão técnico. Hoje, viajamos para o exterior sem custos, financiados por quem nos convida."
Contando com possíveis retrocessos, Cardoso acha que a solução para a dança no Brasil só virá com o tempo. "É uma questão de reeducação, de amadurecimento da nação. Mudanças ocorrem em todo lugar. Só que nos países desenvolvidos, as razões são artísticas e não políticas e o nível profissional prevalece."
(AFP)

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