São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 1994
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Mercado cresce 25% ao ano desde 1992

SUZANA BARELLI
DA ENVIADA ESPECIAL A HOLAMBRA

O mercado brasileiro de flores e plantas ornamentais cresce cerca de 25% ao ano desde 1992.
Este ritmo, bem acima do crescimento dos demais setores da economia, é creditado, primeiro, à recente profissionalização e organização do mercado.
"Mais profissional, o setor tem melhorado a qualidade de suas plantas e a sua distribuição", diz Taís Tostes Graziano, pesquisadora do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
Como exemplo, ela cita o "velling" –leilão eletrônico diário de flores realizado em Holambra (SP)– e a Bolsa de Flores, que será implantada em São Paulo para a comercialização de plantas.
O segundo fator que justifica o aumento do mercado, estimado em US$ 200 milhões por ano, é o baixo consumo de flores pelos brasileiros.
"Até o ano 2000, o mercado nacional deve chegar a US$ 450 milhões", diz Carlos Ferreira de Castro, pesquisador do IAC.
Segundo ele, o mercado brasileiro ainda não está bem abastecido e o Mercosul (mercado estimado em US$ 60 milhões em flores brasileiras) deve ser a vitrine do Brasil para aumentar suas exportações de flores.
Augusto Aki, gerente de marketing da Cooperativa Agropecuária de Holambra, diz que há espaço para o crescimento do consumo de plantas. "No Brasil, a demanda por flores é promissora, o problema é o atendimento, que ainda é precário."
Ele credita o recente crescimento do mercado à padronização e ao controle de qualidade das flores, além do barateamento dos custos de distribuição.
"A prova é que, em 1988, quando iniciamos a profissionalização, a cooperativa faturava US$ 7 milhões e agora está na casa dos US$ 35 milhões."
O produtor Lourens Van de Ven, que tem 14 hectares de estufas em Holambra, aposta em novas variedades de plantas para desenvolver este mercado.
Entre as espécies que ele importa da Holanda e desenvolve em estufas para testar a adaptação ao país estão gérberas com flores de diversos diâmetros.
Para Van de Ven, o desenvolvimento do mercado brasileiro ainda depende do preço. Hoje, o produtor de Holambra recebe R$ 0,50 por um vaso de violeta.
Após as geadas deste ano, diz Aki, melhorou o preço das plantas recebido pelos produtores.
O preço médio da dúzia de rosas, para o produtor, passou de R$ 1,47 (maio), para R$ 1,35 (junho) e para R$ 3,03 em julho após as geadas.
"A tendência é o preço cair a partir de setembro, quando a oferta já terá se recuperado da geada."
(SB)

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