São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 1994
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Inquérito apura envolvimento de 70 pessoas

DA AGÊNCIA FOLHA,

em João Pessoa e Natal
A Justiça Federal da Paraíba começa em outubro a ouvir 70 pessoas indiciadas em inquérito policial acusadas de envolvimento com tráfico de bebês.
O tráfico de bebês na Paraíba foi investigado durante dois anos pela Polícia Federal. Várias irregularidades foram encontradas nos processos de adoção internacional.
Segundo as investigações, o preço de bebês para casais estrangeiros chegou a US$ 15 mil. A polícia acusa 17 advogados de participação nas adoções fraudulentas.
Há dois anos, todas as adoções são encaminhadas pelo juiz de menores de João Pessoa (PB). Nenhum outro juiz tem autorização para decidir sobre adoções.
Juiz
No Rio Grande do Norte, o juiz da Vara da Infância e da Juventude de Natal, Carlos Maia, foi afastado do cargo em setembro de 1993 acusado de envolvimento com tráfico de crianças. Ele responde a inquérito administrativo.
Vários advogados respondem a processo na Justiça federal no Estado por tráfico de crianças.
Em junho último, a Justiça condenou o advogado Paulo Queirós a 11 anos de prisão por irregularidades em quatro processos de adoção de crianças por casais israelenses.
O escrivão da Vara da Infância e da Juventude de Natal, João Batista Caldas, foi condenado a seis anos de prisão.
Ele afirmou na Justiça que obedecia ordens do juiz Carlos Maia para beneficiar o advogado Paulo Queirós. Queirós e o escrivão recorreram da sentença.
No Estado, 40 casais estrangeiros entraram com pedidos de adoções de crianças na Comissão Estadual Judiciária (Cejern). Metade deles foram habilitados.
Alguns casais já estão com as crianças. Os outros continuam com os processos sendo analisados.
A Cejern foi criada em outubro de 92 pelo Tribunal de Justiça do Estado após denúncias de tráfico internacional de crianças.

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