São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 1994
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Cursos orientam 'fotógrafos amadores'

DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ponta dos dedos amareladas pelo uso constante de químicos e horas a fio passadas em salas escuras.
Essa é a rotina de centenas de paulistanos aficcionados por fotografia, que lotam as salas de aula dos cursos existentes na cidade.
A paixão que une estudantes a donas-de-casa tem as mais diferentes origens.
A professora Cleonice Cardoso de Souza, 46, cansou de se decepcionar com as fotos que tirava durante as viagens que costuma fazer ao exterior.
"Minha última viagem foi para o Egito. Quando revelei as fotos, tive a desagradável surpresa de perceber que as pirâmides sempre apareciam faltando um pedaço", conta Cleonice.
Aborrecida com o episódio, a professora decidiu que, antes da viagem seguinte, faria um curso de fotografia para evitar novas decepções.
"Comecei o curso só por causa da viagem, mas terminei me apaixonando pela fotografia. Hoje, virou mania. Tenho vontade de sair fotografando tudo o que vejo", diz Cleonice.
Os noivos Ana Paula Sevilhano e Michel Anderson Martins, ambos de 20 anos, também não imaginavam que iriam se apaixonar pela fotografia quando começaram o curso há seis meses.
"Sempre gostamos de fotografar, mas nunca pensei que o que começou como hobby terminaria virando profissão", diz Ana Paula.
Martins, que até o início do ano trabalhava numa imobiliária, hoje é assistente da professora Izabel Gazeta, no Núcleo de Aperfeiçoamento Profissional.
Ana Paula continua com o emprego numa metalúrgica, mas sonha com o dia em que vai poder se dedicar exclusivamente ao vídeo.
"Adoro fotografar, mas descobri que também tenho talento com vídeo. Por enquanto, ainda não é uma profissão, mas serve para completar o orçamento", afirma Ana Paula.
Na opinião do casal, adotar a fotografia como profissão só é uma boa opção para quem realmente gosta da coisa.

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