São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Big Moe

FÁBIO SORMANI

Aos 39 anos, o pivô Moses Malone pode estar disputando uma de suas últimas temporadas na NBA. Os mais jovens, que há pouco descobriram o basquete norte-americano, e que gastam seu vocabulário citando nomes como Shaquille O'Neal, Charles Barkley, Pat Ewing, Hakeem Olajuwon, Shawn Kemp, David Robinson, entre outros, podem perguntar: e daí?
E daí que é aquela velha história: é agora ou nunca; ou vemos Big Moe em quadra agora, ou bye-bye. Mas por que é tão importante ver o velho Malone em quadra? Simples: Malone –que nada tem a ver com o Karl, do Utah Jazz, e Feff, do Philadelphia 76ers– é uma das maiores legendas da NBA.
Big Moe, 2,09 m de altura, nasceu no dia 23 de março de 1955 em Petersburg, Virginia. Foi campeão da NBA na temporada 82/83 com o Philadelphia 76ers, jogando ao lado do incomparável Julius "Doctor J" Erving. Números: é o jogador que mais lances livres acertou na NBA, é o segundo que mais lances livres bateu; está entre os cinco jogadores que mais jogaram na NBA, que mais minutos estiveram em quadra, que mais rebotes apanharam; entre os dez que mais executaram tiros de campo e os que mais acertaram.
Com um passado exemplar dentro das quadras –fora delas, nem tanto, pois chegou a amargar alguns meses de prisão por ter batido na mulher–, Big Moe acaba de deixar o Philadelphia para assinar contrato de dois anos com o San Antonio Spurs. Missão: dar personalidade ao pivô David Robinson.
David, o The Admiral, campeão olímpico com o "Dream Team" em Barcelona, é tido como um dos maiores pivôs da NBA na atualidade, com recursos inquestionáveis –superiores até mesmo aos de Olajuwon, O'Neal e Ewing, seus rivais. Na temporada passada, contra os Clippers, em Los Angeles, Robinson anotou 71 pontos, tornando-se um dos quatro jogadores a ultrapassar a barreira dos 70 pontos na NBA.
Tudo isso, no entanto, não tem sido suficiente para torná-lo um vencedor. Há quem o acuse de amarelar nos momentos decisivos. Usam como prova os números: David e os Spurs jamais conseguiram chegar a uma final da NBA. Mais: o pivozão dos Spurs era o líder do time norte-americano que perdeu para o Brasil na inesquecível final do Pan-Americano de 87, em Indianápolis –uma catástrofe para os norte-americanos.
Se Big Moe obtiver êxito em sua empreitada, pendura o tênis daqui a dois anos e garante um lugar no Hall of Fame de Springfield, Massachusetts, onde fica o museu da NBA.

Texto Anterior: De paz e Amoroso aos três reis Magnos
Próximo Texto: Notas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.