São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 1994
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EUA mantêm plano para Haiti

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O governo dos EUA negou ontem com ênfase que tenha suspendido seus planos de invadir o Haiti devido ao agravamento da crise dos refugiados cubanos.
O porta-voz do Departamento de Estado, Mike McCurry, disse que tal versão, publicada pelo jornal "The New York Times", é "inteiramente incorreta".
Ao contrário, afirmou McCurry, o assassinato em Porto Príncipe de um importante sacerdote católico, aliado do presidente deposto, Jean-Bertrand Aristide, torna a invasão mais provável.
O padre Jean-Marie Vincent, 49, foi morto no domingo à noite, em frente à sua casa, por paramilitares haitianos.
"Eles estavam esperando por ele num jipe a abriram fogo com armas automáticas", disse Gerard Jean-Juste, porta-voz de uma organização de sacerdotes, religiosos e religiosas pela democracia, em Porto Príncipe.
McCurry declarou que a mensagem dos Estados Unidos ao governo militar do Haiti é a seguinte: "Seus crimes só aumentam nosso ultraje e nossa vontade de livrar o Haiti de seus abusos".
O atual regime militar do Haiti está no poder desde setembro de 1991. O general Raoul Cedras depôs o primeiro presidente eleito do Haiti, o padre Jean-Bertrand Aristide, que vive no exílio.
A Organização das Nações Unidas já autorizou a invasão do Haiti por forças internacionais lideradas pelos EUA.
O governo norte-americano busca apoio militar para a operação junto a países do Caribe.
(CELS)
Com agências internacionais

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