São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 1994 |
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Governador diz que medida é "eleitoreira"
ARI CIPOLA
"O governo avalia que o pedido é político e a princípio não sabe a que grupo o ministro Santillo está atendendo", afirmou Edvaldo Júnior, secretário de comunicação. "O ministro talvez não saiba que a saúde foi municipalizada em 52% das cidades alagoanas e que os responsáveis pelo repasse do SUS (Sistema Único de Saúde) são os municípios", disse o assessor. O assessor acha que a denúncia de supostas irregularidades deveria ter sido enviada à Justiça. "O pedido de intervenção foi radical e lamentável", afirmou. O principal motivo da irritação de Bulhões com o ministro é referente ao fato de que o governador só ficou sabendo da decisão de Santillo pelos jornais. "Isso mostra que o ministro não buscou o diálogo com o governo", disse o assessor. A crise na saúde pública alagoana é decorrente de uma greve dos servidores do setor iniciada em dezembro de 93. Para o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Fernando Sérgio Lira, 37, o ministro teve uma atitude correta ao pedir a intervenção. "Hospital de guerra" "Com o fechamento de hospitais, o atendimento aos doentes do Estado se assemelha ao tratamento dado em guerras", afirmou. A unidade de Emergência Afrânio Lages, em Maceió, já é chamada de "hospital de guerra" pelos médicos alagoanos. Na tarde de ontem, dezenas de pacientes foram atendidos no chão. Muitos deles seguram o frasco com o soro que estão tomando por falta de equipamentos. Os atendimentos da unidade duplicaram este ano em decorrência do fechamento de outros hospitais. Texto Anterior: Itamar evita interferir em crise na área de saúde Próximo Texto: País destina pouca verba ao setor, aponta OMS Índice |
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