São Paulo, quinta-feira, 1 de setembro de 1994
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Capacete estaria fora dos padrões exigidos

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma notícia veiculada ontem pelo diário italiano "Il Messagero" afirma que a empresa de seguros Lloyd's, de Londres, não pagará o valor do seguro de vida de Ayrton Senna à escudeira Williams.
O argumento, segundo o jornal, é de que o piloto brasileiro usou um capacete fora das especificações da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) quando sofreu acidente fatal no dia 1º de maio último.
Os especialistas da seguradora não teriam achado o selo de homologação no capacete, o que impediria o pagamento do seguro, avaliado em US$ 20 milhões.
Segundo o diário, Senna estava usando um capacete "muito leve", com cerca de 800 gramas de peso. Teria feito isso para amenizar os efeitos de aceleração transversal, ou força G, a que as cabeças dos pilotos estão sujeitas nos carros de F-1.
Ao fazer uma curva, enquanto o corpo do piloto está seguro ao carro pelo cinto de segurança e pelo cockpit, a cabeça está livre e sofre um esforço na direção contrária a da curva.
Este esforço é tão grande que os pilotos fazem uma preparação física especial para reforçar a musculatura do pescoço.
Para a seguradora, o fato de o capacete ser mais leve seria determinante na morte do piloto, durante o GP de San Marino, em Imola, na Itália.
Na mais forte das teses levantadas até agora, o piloto brasileiro teria sido atingido por um pedaço do braço da suspensão dianteira de seu Williams, que teria se soltado no choque do carro contra o muro.
A peça teria sido arremessada com violência contra a cabeça de Senna. Para a seguradora, o capacete não teria resistido ao choque por estar fora das especificações.
A FIA, no entanto, não determina que peso os capacetes dos pilotos devem ter. Apenas requer que eles tenham uma determinada resistência.
O capacete de Senna, da marca inglesa Bell, é um dos mais utilizados na F-1. Michael Schumacher, atual líder do Mundial de Pilotos, também utiliza um capacete desta fornecedora.
A escolha do capacete é feita, em geral, por critérios publicitários, assim como acontece com jogadores de futebol e empresas que fornecem chuteiras.
A Justiça italiana prometeu para o final deste mês a divulgação do resultado das diversas perícias que promoveu nos últimos meses para a elucidação do caso.

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