São Paulo, quinta-feira, 1 de setembro de 1994
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O tri escapa por um triz do São Paulo

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Erramos: 02/09/94

Onde se lê "segundo medição da ESPN brasileira - TVA", o correto é "segundo medição da Sportv - GloboSat" O tri escapa por um triz do São Paulo
Meus amigos, meus inimigos, o São Paulo confiou demais no jogo de ontem. Não fez uma grande campanha na Libertadores, jogou muito mal em Buenos Aires e ontem teve que ir aos pênaltis.
O São Paulo mandou no jogo. O Vélez Sarsfield, um time de porte médio na Argentina, sem ter uma grande esquadra, soube valorizar a vitória da primeira partida da decisão.
O São Paulo procurou não ir aos pênaltis. Mas, como vinha demonstrando, está sem poder levar as jogadas mais incisivas para dentro da área adversária.
Fica repetindo, à exaustão, as jogadas pelas laterais com cruzamentos sem eficiência. Falta "punch" a este time, poder de fogo, finalização.
Jogando contra um time que era pouco mais do que apenas um goleiro, o São Paulo deixou o adversário grogue, diminuído, mas não conseguiu o nocaute.
O Vélez leva para a Buenos Aires suburbana a sua primeira Libertadores, que a Argentina não via há oito anos. Telê não teve dos pênaltis a sorte que Parreira recebeu.
O Corinthians finalmente desencantou. Recuperou-se da humilhação na Cidade Maravilhosa. Branco, da constelação de cobradores de faltas do Corinthians, fez um belíssimo gol, em chute quilométrico.
Paulo Roberto marcou o dele. Casagrande e Boiadeiro também. Mas o grande preparador, além de anotar um gol, foi o menino Marques. E o mais bonito ficou por conta de outro menino, o Souza.
Aliás, Souza, em alguns momentos, é Sol-za. Tem instantes de claridade escandalosa. Momentos incríveis de lucidez, que também quer dizer luz. Só falta mais regularidade.
Segundo a medição da ESPN brasileira –TVA– a bola rolou durante 60 minutos no Pacaembu. Um índice excelente. Índice de Copa do Mundo. Com gol, talento e bola rolando, o fut é imbatível.
O Palmeiras, do país do novo Real, deixou escapar ontem uma vitória sobre o novo Real Madrid –sem o argentino Redondo, novamente machucado no joelho.
Mas, apesar de ceder a vitória, não deixou de ser promissora a participação do Palmeiras neste evento futebolístico internacional.
O alviverde tem apresentado um futebol bastante consistente no cenário nacional. Já é, disparado, novamente, o favorito ao título brasileiro.
E, apesar de perder jogadores talentosos como o moleque-saci Edílson e o colombiano Rincón, parece ter conseguido repor as peças com Rivaldo e o estreante Paulo Isidoro.
O que tem faltado ao Palmeiras são, justamente, conquistas no plano internacional. Ficou fora da final da Libertadores. Pelo que vi, o Vélez seria presa fácil para o ataque palmeirense.
Até ceder terreno para a reação dos madrilhenos, o Palmeiras, ontem, mostrou que tem condições táticas e técnicas para figurar entre os primeiros times do do primeiro mundo do futebol.
Falta alguma coisinha, por exemplo, o miolo da zaga quando Antônio Carlos está fora do time (aliás, o miolo da zaga vem sendo a fragilidade de quase todos os grandes clubes brasileiros).
Na boa partida de ontem, com os dois times jogando um futebol franco, ofensivo, com espaço para criar, o Palmeiras mostrou que Tóquio-95 pode estar mais próxima do Real do que do sonho.
Michel errou um pênalti, quando ficou cara-a-cara com Veloso. Acertou, com rara felicidade, uma falta de fora da área, com barreira pela frente. Quem entende?

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