São Paulo, quinta-feira, 1 de setembro de 1994 |
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Filme simula efeito de LSD
EDUARDO SIMANTOB
Naquele ano, o movimento psicodélico nos EUA atingia seu auge. Para os que acham que Woodstock foi o máximo, é bom saber que 20 anos antes pesquisas sobre o uso de alucinógenos (LSD, mescalina, cogumelos, etc.) já haviam empolgado militares, políticos, intelectuais e artistas nos EUA. O LSD foi banido pela lei em 1966, mas sua produção em laboratórios marginais supria a demanda crescente entre os jovens "drop-outs" da América. O filme de Corman foi feito quando ainda não se sentiam os efeitos da repressão violenta e da disseminação indiscriminada de todos os tipos de drogas. O filme conta a história de um diretor de comerciais para TV que resolve ter sua primeira experiência com o ácido. Para isso, Corman filmou "in loco", ou seja, nos próprios locais onde se juntavam os psicodélicos –"hippie" era um nome pejorativo que ainda não havia sido consagrado. Corman chamou alguns poucos atores já presentes nesse cenário, entre eles Peter Fonda e Dennis Hopper (dois anos antes de ficarem internacionalmente famosos com "Easy Rider"). A viagem de Fonda passa então pelas sensações que já haviam sido descritas pelo escritor Aldous Huxley, alternando passagens paradisíacas pelo "céu" e descidas profundas ao "inferno" da mente. Não há pieguice nem preconceitos em relação à droga, assim como não se trata de uma propaganda panfletária estimulando seu uso. Para simular os efeitos do LSD, Corman se aproveita de recursos visuais que sugerem as sensações psicodélicas: luz estroboscópica, caleidoscópios e luzes coloridas. Corman conseguiu captar o espírito da época em um filme atípico em sua obra, por se aproximar de uma realidade então corrente, ao invés de mascará-la através de cenários fantásticos. Texto Anterior: 'Trash movies' são baratos e absurdos Próximo Texto: Gênero influenciou brasileiros Índice |
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