São Paulo, sexta-feira, 2 de setembro de 1994
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Militantes recebem orientações para campanha

DA REPORTAGEM LOCAL E DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Ao contrário das outras eleições, os militantes do PT têm regras rígidas a seguir nesta campanha. A cada comício, o candidato do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, repete instruções de bom comportamento à militância.
As regras ditadas funcionam como mandamentos, que os petistas devem seguir sob pena de não verem o seu líder eleito.
Segundo o candidato a vice, Aloizio Mercadante, a intenção é fazer com que cada militante vire "um radinho de pilha", multiplicando as idéias do partido. "Com isso, falamos diretamente com a base da população, sem a intermediação da imprensa", afirmou.
Lula vem insistindo para que os petistas distribuam farta propaganda e neguem que ele pretenda acabar com o real. Uma de suas maiores preocupações é fazer com que a militância não maltrate os eleitores dos outros partidos.
Além das regras, ele repete o mesmo discurso em praticamente todos os comícios.
As principais peças são:
Palanque de Collor - Diz sempre que no palanque de FHC só estão faltando dois frequentadores do palanque do ex-presidente Fernando Collor de Mello: o próprio Collor, que estaria "envergonhado" com o impeachment, e Paulo César Farias, que está preso.
Dona Maria - Outra campeã de repetição. Lula afirma que já não suporta ver a imprensa mandar a "dona Maria" (dona-de-casa) sair de supermercado em supermercado pesquisando os preços para comprar onde for mais barato. "As donas Marias do povo são diferentes das donas Marias deles. Elas trabalham e não têm tempo de ficar pesquisando preços", diz.
Poupança - Lula usa este ponto do discurso para rebater as afirmações de que ele vai acabar com o real: "Não queremos mudar a moeda. Queremos mais moeda no bolso do trabalhador."
(Américo Martins, Eumano Silva e Gustavo Krieger)

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