São Paulo, sexta-feira, 2 de setembro de 1994
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Máquina sindical decide ajudar Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Federação Nacional dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos decidiu oficialmente se engajar na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência.
Em reuniões realizadas entre 16 e 18 de agosto, a diretoria da entidade decidiu orientar todos os sindicatos filiados a criarem comitês pró-Lula.
Além disso, a federação pede que seus filiados participem de manifestações em apoio ao petista.
A legislação eleitoral veta às entidades sindicais a possibilidade de contribuírem para as campanhas de candidatos.
Os sindicalistas prometem elaborar um dossiê com denúncias de corrupão nos Correios para ser encaminhado ao PT e usado durante o horário eleitoral gratuito.
Em Brasília, os carteiros já estão pondo em prática as orientações da federação. Em grupos, estão distribuindo panfletos pró-Lula na região central da cidade.
O motivo declarado para entrar na campanha é a oposição ao ex-governador da Bahia e ex-ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães (PFL).
ACM é um dos principais aliados do candidato tucano, Fernando Henrique Cardoso.
"Entendemos que a volta de ACM para as Comunicações será o maior desastre que poderia acontecer", afirma Antônio Clóvis, secretário de imprensa da Federação.
Clóvis diz que o uso da estrutura da federação para ajudar a campanha de Lula não é nada perto do que o governo federal tem feito em prol da candidatura de FHC.
"O governo usa a máquina pública, com recursos do contribuinte, para ajudar Fernando Henrique e o PFL. Nós usamos o dinheiro dos trabalhadores, que contribuem voluntariamente", afirma.
Ao contrário do que diz Clóvis, os trabalhadores pagam compulsoriamente o imposto sindical, que corresponde a um trinta-avos de seu salário por ano para o sindicato de sua categoria, independente de filiação.

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