São Paulo, sexta-feira, 2 de setembro de 1994
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Caso pode prejudicar assessor

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A maior vítima do "caso Carville-FHC" pode ser o próprio James Carville, assessor político do presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.
Ele é quem mais terá a perder se ficar provado que tem trabalhado para o candidato do PSDB desde antes de junho de 1994.
Em junho, Carville teve que revelar ao público a sua lista de clientes a pedido do Partido Republicano, que faz oposição ao presidente Bill Clinton.
Embora não seja funcionário público, Carville tem uma credencial que lhe dá acesso à Casa Branca 24 horas por dia.
Por isso, alegando imperativo de segurança nacional, os republicanos pediram a Carville que revelasse suas fontes de receita. Ele aceitou.
Mas na sua lista não aparecia nem Fernando Henrique Cardoso, que concorre à Presidência da República, nem qualquer outro político brasileiro.
Campanha
Carville foi o principal consultor de Clinton durante a campanha de 1992. Ele continua trabalhando para o presidente dos EUA. Mas quem o paga é o Diretório Nacional do Partido Democrata, ao qual Clinton pertence.
O episódio pode causar algum constrangimento a Clinton, que declarou neutralidade na eleição brasileira.
Mas o caso apareceu durante o recesso parlamentar de verão. É improvável que algum congressista dos EUA queira retomá-lo após as férias.
A agenda política norte-americana do segundo semestre está comprometida pelas eleições de novembro e pelo debate sobre a reforma do sistema de saúde.

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