São Paulo, sábado, 3 de setembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Corinthians pode comprar o Pacaembu

DA REPORTAGEM LOCAL E DA FT

O Corinthians se apresentou ontem como primeiro interessado na compra do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu (zona oeste). O presidente do clube, Alberto Duailib, disse que " tem todo interesse. Vamos conversar com a prefeitura".
O interesse do clube se explica pelo fato de o estádio do Corinthians, o Parque São Jorge, comportar apenas 15 mil pessoas. Ele está abaixo do limite para o time ter o "mando" de jogos. Ou seja, ao contrário de São Paulo, Palmeiras e Santos, o Corinthians não pode exigir que sejam realizados jogos em seu estádio.
Segundo o presidente do clube, o dinheiro para a compra do estádio viria da venda de cadeiras cativas e de colaborações da torcida.
A declaração de Duailib foi a primeira reação ao anúncio do prefeito Paulo Maluf, feito ontem na Folha, de que iria privatizar o estádio, o autódromo de Interlagos e o Teatro Municipal.
Segundo o secretário municipal do Planejamento, Paulo Richter, o prefeito determinou que um estudo completo sobre as privatizações fique pronto em quatro meses. "As privatizações já estão decididas. Agora nós estudamos a forma com elas serão feitas", disse Richter.
A secretária municipal da Cultura na gestão Erundina, Marilena Chauí, classificou ontem a privatização do Teatro Municipal como "uma tragédia" para a São Paulo.
Segundo ela, a prefeitura quer privatizar o Municipal porque "não tem competência para geri-lo". Chauí defende que o teatro seja coordenado por uma fundação, nos moldes da Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura.
Segundo a ex-secretária, o custo de manutenção do Municipal é muito alto. "Para sustentar o Municipal, uma empresa teria que transformá-lo em um salão de festas. O teatro vai deixar de cumprir seu papel cultural na cidade".
O prefeito Paulo Maluf classifica a privatização do municipal como "a principal meta" de seu governo na área da cultura. O objetivo seria economizar recursos públicos, tirando a prefeitura de uma área que não é essencial.
A privatização terá que ser aprovada pela Câmara Municipal. Desde sua eleição, Maluf tem aprovado com facilidade seus projetos graças ao apoio de vereadores do PL, PMDB, PTB e PPR.

Texto Anterior: DNER anuncia novo administrador da ponte Rio-Niterói em 15 dias
Próximo Texto: Prefeito suspende comissionamento
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.