São Paulo, sábado, 3 de setembro de 1994
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Pianista bósnio toca na USP e tenta agendar temporada no Brasil em 95

IRINEU FRANCO PERPETUO
DA REDAÇÃO

Concerto: Sasha Toperich (piano) e Orquestra Sinfônica da USP
Regência: Ronaldo Bologna
Quando: hoje, às 16h
Onde: Anfiteatro Camargo Guarnieri (r. do Anfiteatro, 109, tel. 011/818-3000, Cidade Universitária)
Quanto: entrada franca
O pianista bósnio Sasha Toperich, 22, se apresenta hoje à tarde com a Orquestra Sinfônica da USP, regida por Ronaldo Bologna.
Toperich toca o "Concerto nº 3", de Beethoven. O programa inclui ainda a abertura da ópera "Cosi Fan Tutte", de Mozart, e a "Sinfonia nº 101" ("O Relógio"), de Haydn.
Tratado pela imprensa de seu país como possível sucessor do "enfant terrible" croata Ivo Pogorelich, Toperich nasceu em Sarajevo, em 1972, e começou a estudar piano aos quatro anos de idade.
Com o início da guerra, Toperich saiu da inimiga Sérvia e se mudou para Zagreb, capital da Croácia. Atualmente, estuda na Academia Rubin de Música e Dança, em Jerusalém.
Nesta cidade, Toperich conheceu a pianista brasileira Carla Bromberg, sua atual namorada. No Brasil, Toperich passa férias na casa de Bromberg e aproveita para tentar agendar uma temporada de concertos para 95.
"Toquei para o maestro Eleazar de Carvalho, que aprovou", diz o pianista. "Vou me apresentar com a Sinfônica do Estado no ano que vem", afirma.
A visão musical de Toperich é impregnada pelo Romantismo. Tudo que ele toca, incluindo os barrocos Bach e Scarlatti, soa como ultra-romântico. Não por acaso, este chopiniano de carteirinha cita como grande influência o polonês Arthur Rubinstein (1886-1982).
"Adoro música romântica", diz. "Uso bastante os pedais e me sinto mais próximo do emocionalismo de Rubinstein que da racionalidade de Horowitz."
Em São Paulo, Toperich dá recital solo no Salão Nobre do Teatro Municipal no dia 21 de setembro. Para este concerto, o pianista programou uma composição própria: "Uma Visão", dedicada aos defensores de Sarajevo.
A peça, curta e melancólica, é baseada na repetição do tema inicial. Toperich, que começou a compor em 92, rejeita, porém, o rótulo de minimalista, preferindo classificar o trabalho como "pós-modernismo impressionista".

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