São Paulo, sábado, 3 de setembro de 1994
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IRA diz que não vai reagir a 'provocações'

SÉRGIO MALBERGIER
DE LONDRES

O IRA (Exército Republicano Irlandês, de maioria católica) disse que "provocações" de grupos paramilitares protestantes não vão levá-lo a romper o cessar-fogo.
"Tenho certeza de que o IRA não vai responder a provocações de qualquer um que queira atacar o processo de paz", disse Gerry Adams, do Sinn Fein, ala política do IRA, que luta pelo fim do domínio britânico na região.
Adams estava reagindo ao assassinato de um católico anteontem em Belfast por paramilitares protestantes. Foi a primeira vítima da violência sectária desde o início do cessar-fogo anteontem.
Adams pediu a retirada imediata das tropas do Exército britânico e da polícia das regiões "nacionalistas" (católicas).
Nos EUA, o presidente Bill Clinton, após encontro com o chanceler da República da Irlanda, manifestou "amplo" apoio ao processo de paz, aumentando a pressão para que o governo britânico e lideranças protestantes aceitem o cessar-fogo e iniciem negociações.
Londres quer que o IRA diga que a anunciada "cessação total" de atos terroristas é permanente.
O Sinn Fein e o governo da Irlanda consideram que a declaração do IRA deixou claro que o fim da violência é permanente.
Mas a desconfiança de Londres é apoiada pela população da Irlanda do Norte, segundo pesquisa do jornal "The Belfast Thelegraph".
Menos de um terço dos entrevistados disseram acreditar que o IRA abandonou a luta armada.
Já 58% dos protestantes ouvidos disseram apoiar negociações de paz entre seus líderes e representantes do Sinn Fein. Para 56%, o governo do premiê britânico, John Major, fez concessões para o cessar-fogo. O governo nega.

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