São Paulo, domingo, 4 de setembro de 1994
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Professores de todo o país terão piso salarial , diz PT

VINICIUS TORRES FREIRE; AMÉRICO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Professores de todo o país terão piso salarial, diz PT
Criação de um piso nacional de salários dos professores, mudança no modo de fixação dos currículos e de aprovação escolar e aumento para 10% do PIB dos investimentos no ensino.
Estas são as principais mudanças previstas pelo programa de governo do PT para a educação, lançado na sexta-feira em São Paulo.
O plano petista estima em R$ 400 o salário mínimo docente para uma jornada de 40 horas semanais. Os recursos para prover o pagamento desses salários viriam de um Fundo de Valorização do Magistério (FVM).
O FVM teria dinheiro do Ministério da Educação, impostos, salário–educação, fontes internacionais e contribuições da iniciativa privada. Estados e municípios consorciados ao fundo teriam de usar 70% do dinheiro destinado à educação em folhas de pagamento.
A partir de diretrizes elaboradas pelas escolas –e levando em conta as experiências dos educandos–, universidades, municípios e Estados deverão estabelecer os novos currículos.
A prática pedagógica deverá se pautar pelo princípio de que o aluno seja "o sujeito da construção de seu conhecimento". O sistema de séries deverá ser substituído pelo de ciclos (conjunto de anos de aprendizado onde não haveria reprovação). A avaliação escolar deverá levar em conta as diferenças individuais entre os alunos.
O coordenador-geral do programa petista, Marco Aurélio Garcia, e o candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, participaram de um comício no centro de São Paulo, na sexta-feira, para apresentar as propostas.
A principal meta, segundo Garcia, é fazer com que as escolas públicas absorvam as sete milhões de crianças que estão fora da rede de ensino. Para Lula, isso "é plenamente possível".
Lula afirmou que a tarefa depende não só do governo federal, como também da sociedade civil, dos estados e municípios. Para ele, se não houver recursos para a construção de escolas, os alunos poderão se reunir debaixo de uma árvore para ter aulas.
(VTF e AM)

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